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FHC nega ter falado
sobre ajuda a bancos
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique
Cardoso negou ontem que tenha
tratado da ajuda aos bancos Marka
e FonteCindam em almoço no Palácio da Alvorada, no dia 14 de janeiro, que contou com a participação do então presidente do Banco
Central, Francisco Lopes.
Naquele mesmo dia, os dois bancos foram favorecidos ao comprar
dólares vendidos pelo BC abaixo
do preço praticado no mercado.
Segundo o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, "em nenhum momento se falou em Banco
Marka ou FonteCindam, instituições de que o presidente só tomou
conhecimento (da existência, posteriormente) pela imprensa".
Amaral afirmou que o almoço foi
a primeira reunião daquela equipe
econômica e serviu para avaliar os
resultados da adoção do novo mecanismo da banda cambial, modificada na véspera.
O almoço teve ainda a participação do ministro Pedro Malan (Fazenda), de Amaury Bier (então secretário de Política Econômica da
Fazenda) e de Demósthenes Madureira (então diretor da área internacional do BC).
Quanto à insinuação feita por
um dos advogados de Francisco
Lopes, José Gerardo Grossi, de que
a conversa no Alvorada não teria
girado em torno de temas como arte, Amaral foi taxativo: "O presidente, como sempre, está esclarecendo os fatos e dizendo o que efetivamente ocorreu".
O porta-voz negou ainda que o
presidente tenha tido conhecimento que dois de seus auxiliares
mais próximos -o ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil) e o secretário de Relações Institucionais,
Eduardo Graeff- tenham tido
participação na estratégia de adiamento do primeiro depoimento de
Francisco Lopes à CPI dos Bancos.
"Inclusive, o presidente se encontrava em viagem à Europa",
afirmou Amaral. "Se houver algum
esclarecimento sobre o caso, ele só
pode ser feito pelos dois."
O porta-voz negou interferência
nas CPIs ou atritos com o senador
Antonio Carlos Magalhães, presidente do Congresso.
Noutra negativa, Amaral disse
que o presidente desconhecia que
o banqueiro Salvatore Cacciola havia contribuído com R$ 50 mil para
a campanha reeleitoral de FHC,
por meio da empresa Sacre.
"O presidente não acompanhou
a arrecadação de fundos, não está e
nem esteve a par das doações",
afirmou Amaral, ressaltando que
não havia como o comitê reeleitoral prever que um dos doadores seria suspeito de cometer irregularidades no futuro.
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