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SISTEMA FINANCEIRO
Ex-presidente do BC levará habeas corpus para depor na CPI
Lopes vai assinar termo de
compromisso com verdade
da Sucursal de Brasília
O ex-presidente do Banco
Central Francisco Lopes vai assinar o termo de
compromisso
de dizer a verdade em seus próximos depoimentos à CPI dos Bancos e à Polícia Federal.
A assessoria do escritório do advogado Luiz Guilherme Vieira,
que atende a Lopes, informou que
o economista se dispõe a depor
quantas vezes for convocado.
Mas que irá munido do habeas
corpus preventivo assinado pelo
ministro Sepúlveda Pertence, do
Supremo Tribunal Federal.
Com isso, Lopes pretende não
responder à perguntas que possam
incriminá-lo ou comprometê-lo.
Na segunda, Lopes se recusou a
assinar o termo de compromisso
na CPI. Com a recusa, recebeu voz
de prisão e foi levado à Polícia Federal. Saiu após pagar fiança, mas
o STF concedeu o habeas corpus.
A CPI decidiu ontem que vai ouvir na próxima semana funcionários da área técnica e jurídica do
BC que trabalharam diretamente
na operação de socorro ao Marka.
Os senadores esperam que eles
possam esclarecer quem sugeriu à
diretoria do BC a venda de dólar ao
Marka, em janeiro, pela cotação de
R$ 1,275, abaixo do teto da banda
cambial, então em R$ 1,32.
Ontem, o consultor da diretoria
do BC Alexandre Pundek disse à
CPI que apenas recebeu o dono do
Marka, Salvatore Cacciola, e o encaminhou a funcionários do Departamento de Fiscalização.
Pundek disse não crer que tenha
havido vazamento de informações
sobre mudanças de taxas de juros
decididas pelo Copom (Comitê de
Política Monetária) do BC.
"As reuniões do Copom acontecem às 16h30, depois que o mercado está aberto, e durante as discussões ninguém atende o telefone e,
como praxe, ninguém carrega celular para a sala", disse Pundek.
O relator da CPI, senador João
Alberto (PMDB-MA), disse que
houve grandes compras de contratos de juros em novembro, época
em que o BC reduziu repentinamente o ritmo de baixa da taxa.
Na segunda, a CPI ouvirá Tereza
Cristina Grossi, chefe interina do
Departamento de Fiscalização do
BC na época do socorro. O titular
do cargo, que estava em férias em
janeiro, é o hoje diretor de Fiscalização do BC, Luiz Carlos Alvarez.
Também será ouvido Vânio
Aguiar, funcionário que participou da operação, e a chefe do Departamento de Operações com as
Reservas Internacionais, Maria do
Socorro Costa Carvalho, que assina as ordens ao Banco do Brasil para a venda de dólar ao Marka.
Na terça, vão depor dois técnicos
do Departamento Jurídico do BC,
que deram parecer favorável à
operação: Manoel Lucídio Loiola e
Francisco José Siqueira.
Os senadores também vão convidar para depoimento, na quarta, o
deputado Aloizio Mercadante
(PT-SP), autor de denúncias sobre
supostos vazamentos de informação na mudança do câmbio.
Na quinta, devem depor o presidente da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), Manoel Felix
Cintra Neto, e o vice-presidente da
instituição, Ney Castro Alves.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) voltou ontem a sugerir a convocação de Pedro Malan (Fazenda), em sessão secreta da CPI, mas
desistiu de apresentar o requerimento formal. Ele afirmou que foi
convencido pelos colegas que ainda não é o momento ideal para decidir a convocação do ministro.
"Aos poucos está se construindo
um consenso de que o ministro deve ser ouvido mais tarde", disse.
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