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Investigação é arquivada
da Sucursal de Brasília
Sem ter conseguido apurar
indícios de irregularidades no
Banco Central, a comissão de
sindicância aberta pelo órgão
decidiu arquivar o processo de
investigação da suspeita de
venda de informações privilegiadas por seus funcionários a
instituições privadas.
As conclusões da comissão se
basearam quase que exclusivamente nos depoimentos colhidos durante 11 dias úteis. As investigações foram suspensas
sem que o Departamento de
Fiscalização do BC tivesse analisado o comportamento de
instituições financeiras no
mercado de câmbio, informa o
relatório final. ""Esse trabalho
levaria algum tempo", diz o relatório final da comissão.
Embora um dos cotistas do
fundo Marka Nikko, Leon Sayeg, tenha confirmado ter ouvido do dono do banco Marka,
Salvatore Cacciola, que ele teria
informações do Banco Central
de que ""a banda cambial só iria
ser alargada em meados de fevereiro", o BC decidiu desprezar a informação. ""Não se conseguiu vislumbrar documento
nesse sentido", diz o relatório.
Com base nos depoimentos, a
comissão indica que não houve
vazamento de informações sobre juros, que a possibilidade
de mudança na política cambial era discutida publicamente
e que as operações de socorro
aos bancos Marka e FonteCindam ""se revestem de absoluta
legalidade". A comissão chamou 27 pessoas, das quais entre 8 e 10 eram do BC.
A comissão chegou a analisar
registros de visitas ou telefonemas dos visitantes e constatou
o registro de telefonemas de
Sérgio Bragança (ex-sócio de
Francisco Lopes na empresa de
consultoria Macrométrica) para o ex-presidente do BC no final do ano passado, época em
que já estava encarregado dos
estudos para a mudança do
câmbio. Não foram investigados telefonemas recebidos pela
instituição.
A comissão atribuiu os ""rumores" sobre o vazamento das
informações de dentro do BC a
dois fatos.
O primeiro foi que o economista Rubem Novaes e Luiz
Augusto de Bragança, que é
amigo do ex-presidente do BC
Francisco Lopes, haviam prestado consultoria ao Marka sobre política cambial na época
da crise da Ásia. O segundo fato
foi que o dono do Marka, Salvatore Cacciola, havia pedido a
Bragança que intercedesse junto a Lopes, durante visita à casa
do ex-presidente do BC, em favor do banco.
"De fato, o que houve foi uma
prestação de consultoria por
parte de um amigo íntimo do
presidente do BC. Isso não é
uma irregularidade, mas pode
ter gerado os boatos", afirmou
Flávio Maia, que presidiu a comissão.
A decisão de arquivar a investigação foi anunciada no final
da tarde de anteontem pelo
presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, junto com a divulgação do relatório final da
comissão, criada no último dia
12.
"A comissão foi fundo na
questão e concluiu que não há
indícios que confirmem as suspeitas", afirmou Fraga. "O que
o BC se dispôs a fazer está feito", completou.
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