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A PRÓXIMA VÍTIMA
Peemedebista cria comissão de senadores para acompanhar Antonio Carlos Magalhães até a saída da Casa
FHC e PT ajudam PMDB a proteger Jader
VERA MAGALHÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apontado como a "bola da vez"
das investigações após as renúncias de Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA) e José Roberto Arruda
(sem partido-DF), o presidente
do Senado, Jader Barbalho
(PMDB-PA), deve ganhar uma
rede de proteção que inclui o Palácio do Planalto, o PMDB e até a
oposição.
O PT desistiu de apresentar denúncia contra Jader no Conselho
de Ética do Senado. A justificativa
é a mesma usada por interlocutores do presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo PMDB: não
há nada contra o presidente do
Senado que caracterize quebra de
decoro parlamentar.
Antes de estourar o escândalo
da violação do painel, o PT chegou a estudar uma denúncia contra Jader no conselho, baseada em
reportagens da revista "Veja"
apontando aumento de patrimônio incompatível com a renda do
peemedebista e acusações de envolvimento em corrupção.
Com a renúncia de ACM e Arruda, o PT não quer abrir um novo processo no Conselho de Ética,
pois teme ser envolvido em denúncias -como a que começa a
ser insinuada contra o líder do
bloco de oposição, José Eduardo
Dutra (PT-SE), de participação na
violação do painel.
"O caso do Jader é diferente.
Não é caso de representação ao
conselho", diz o próprio Dutra.
O PMDB também está fechado
com Jader. O discurso do partido
é que o caso Banpará -de suposto envolvimento de Jader em desvios no banco estadual na década
de 80- foi arquivado, e que as
denúncias de corrupção na Sudam não se confirmaram.
O partido não teme nem o esperado discurso de renúncia de
ACM, hoje. Ironicamente, senadores peemedebistas dizem que
não há por que ter preocupação
com um "ex-senador". A avaliação é que os "dossiês" do pefelista
estão desmoralizados. Ao mirar
vários alvos, ACM teria perdido a
credibilidade.
Além disso, Jader conta com o
respaldo de FHC, com quem trabalhou em dois lances fundamentais: a operação para abafar a CPI
da corrupção e a costura da cassação de ACM.
Nos dois episódios, a avaliação é
que Jader foi preciso e discreto,
atuando nos bastidores, mas
mantendo o "verniz" de que agiu
estritamente dentro das prerrogativas da presidência da Casa. Com
isso, se credenciou para receber
suporte palaciano contra eventuais ataques de ACM.
Ritual
Jader criou um ritual para a despedida de ACM. O peemedebista
vai presidir a sessão em que seu
principal adversário no Senado
renunciará ao mandato para fugir
da cassação.
A intenção é, ao final do discurso de ACM, designar uma comissão de senadores para acompanhar o pefelista até a saída do Senado e dar início à Ordem do Dia
(pauta de votações).
Só não o fará se o clima da sessão se deteriorar por causa de
eventuais agressões feitas por
ACM em seu discurso.
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