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TROMBONE FINAL
Congressistas se dizem "reféns" de ACM e Arruda, que fazem comentários sobre votos na sessão que cassou Estevão
Senadores querem divulgação de lista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Senadores de vários partidos
defenderam ontem a divulgação
oficial da lista da votação que cassou o mandato de Luiz Estevão,
em junho do ano passado, para
acabar com o que chamaram de
"chantagem" e "achaque" de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA)
e José Roberto Arruda (sem partido-DF), responsáveis pela violação do sigilo da sessão.
Tanto ACM quanto Arruda têm
feito insinuações sobre o voto de
senadores e ameaçado divulgar a
lista -apesar de ambos terem dito que não guardaram cópia da
relação. "Todos os senadores que
participaram daquela sessão e
exerceram legitimamente o direito ao voto secreto viraram reféns
dos senadores que cometeram o
crime de violar o painel", disse o
líder da oposição, José Eduardo
Dutra (PT-SE).
Ele negou os boatos de que teria
tido acesso à lista. O petista disse
esperar que algum partido represente contra ele no Conselho de
Ética, para que possa se defender.
"ACM quer fazer um balaio de
gatos e arrastar todo mundo para
a lama junto com ele. Ele quer
provar que todo o Congresso é aético e que o único ético é ele, que
foi perseguido", ironizou Dutra.
O PT deve apresentar requerimento pedindo a divulgação da
lista. O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB- PA), negou
pedido semelhante feito por Lúcio Alcântara (PSDB-CE).
O presidente do conselho, Ramez Tebet (PMDB-MS), reagiu às
declarações de ACM de que ele teria votado a favor de Estevão. "Ele
[ACM" quer confundir, escondendo o crime que cometeu e
usando o direito que cada senador tem de votar de acordo com
sua consciência." Tebet não quis
revelar seu voto. "Não vou entrar
no jogo dele e desrespeitar o voto
secreto", afirmou.
O senador Geraldo Althoff
(PFL-SC) confirmou ontem que
estuda a possibilidade de representar contra senadores que souberam da violação e não tomaram
providências. O alvo é Dutra, que
disse ao conselho ter sido abordado por Arruda e ACM sobre o assunto. Arruda teria lhe dito que
era possível conhecer o resultado
de votações secretas, e ACM teria
informado que a senadora Heloísa Helena (PT-AL) votara contra
a cassação de Estevão.
A idéia de Althoff foi vista como
"manobra" e "vingança" pelo
próprio PFL. "Não assino um pedido desses. Se essa for uma decisão do partido, não me sinto à
vontade para continuar no PFL",
disse Siqueira Campos (PFL-TO),
apontado por ACM como tendo
votado contra a cassação.
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