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SAÚDE
Prefeita paulistana se submete no domingo a cirurgia no Albert Einstein que pode ou não identificar tumor na tireóide
Marta será operada para retirar nódulo
DA REPORTAGEM LOCAL
DE LONDRES
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), 56, será submetida,
no próximo domingo, a cirurgia
para retirada de um nódulo na tireóide, detectado há duas semanas pelo médico Roberto Colletes.
A cirurgia será realizada pela
equipe do dr. Claudio Cernea, no
hospital Albert Einstein, em São
Paulo. Não se sabe ainda se se trata de um tumor e, nesse caso, se é
benigno ou maligno.
Segundo nota oficial divulgada
pela prefeitura, Marta Suplicy se
submeteu a uma biópsia por punção, que revelou tratar-se de uma
lesão folicular (as células se agrupam na forma de folículos). Esse
exame consiste na retirada de células por meio de uma agulha fina
para verificação do tipo de lesão.
Ao retornar de sua viagem oficial à Europa, na sexta-feira, a prefeita paulistana deve falar sobre
sua saúde. A petista está em Genebra, na Suíça, onde participa de
uma feira de turismo.
A tireóide é uma glândula localizada no pescoço, e o aparecimento de nódulos é comum em
mulheres com mais de 40 anos de
idade. A glândula produz os hormônios T3 e T4, que regulam o
metabolismo do organismo.
Transparência
A prefeita pretendia anunciar
publicamente, nos próximos dias,
que passará por uma cirurgia. Segundo amigos, ela está muito disposta e disse que pretende tratar
do assunto com toda a transparência possível.
Ontem, procurada pela Folha
em Genebra, Marta não quis comentar o assunto. "A prefeita não
tem nada a declarar sobre isso",
disse o secretário de Relações Internacionais da prefeitura, Jorge
Mattoso.
Com informações preliminares
sobre o possível tumor, a reportagem questionou Marta se ela teria
ido à Suíça para consultar médicos. A prefeita respondeu: "Não
fui a médico nenhum. Minha visita aqui não tem nenhum caráter
pessoal, de doença ou de qualquer
coisa parecida".
Marta resolver fazer um check-up há cerca de um mês. Em conversas reservadas disse a amigos
que pretendida fazer um check-up por considerar que estava engordando demais.
Desde então, a prefeita tem feito
uma dieta severa e já perdeu cerca
de seis quilos. O senador Eduardo
Suplicy, ex-marido da prefeita, foi
um dos primeiros a conhecer o
resultado dos exames que detectaram o nódulo na tireóide. Marta
falou com poucas pessoas no PT e
na prefeitura sobre o problema.
Segundo estudo do professor
Hélio Bisi, da faculdade de Medicina da USP, mais de 60% das
mulheres desenvolvem nódulos
de tireóide. Mas, segundo o endocrinologista Simão Lottenberg,
também professor de medicina
da USP, a chance de uma lesão folicular, como a que tem Marta, ser
maligna, é de apenas 10%.
Segundo o cirurgião de cabeça e
pescoço Orlando Parise Júnior,
do Hospital Sírio Libanês, o nódulo de padrão folicular pode comumente ter três diagnósticos.
Na maioria dos casos, trata-se de
um bócio adenomatoso (mudança na arquitetura da glândula tireoideana). Além disso, a lesão
pode ser um tumor benigno (adenoma) ou maligno (carcinoma).
"Mesmo se for maligno, o tumor
folicular é altamente curável. No
caso de uma mulher entre 50 e 60
anos (caso de Marta), o índice de
cura é superior a 75%", diz Parise
Júnior.
O médico disse que o tratamento envolve a retirada total da glândula e que a cirurgia leva de duas a
três horas. Após a cirurgia, no caso de o tumor ser maligno, é rotina haver o que se denomina uma
"captação de corpo inteiro" com
iodo radioativo -exame para detectar a eventualidade de ocorrência de metástase. O paciente terá
de repor de forma permanente,
por via oral, os hormônios que a
tireóide produz.
"Mesmo que ocorra metástase,
a doença é curável por meio de
tratamento com iodo radioativo,
administrado por via oral", afirmou Lottenberg.
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