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QUESTÃO INDÍGENA
Usina é acusada
Ministério investiga contratação de índios
DA FOLHA RIBEIRÃO
O Ministério do Trabalho em
Ribeirão Preto está investigando a
possível contratação irregular de
índios terenas para trabalhar no
corte da cana na usina Nova
União, em Serrana (315 km de
São Paulo). Nos últimos dez dias,
chegaram cerca de 400 índios terenas, de Mato Grosso do Sul, para o trabalho. Outros 600 estariam
para chegar nos próximos dias,
segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Serrana.
A usina alega que optou por
contratar os índios por não haver
mão-de-obra suficiente para o
corte da cana na região.
O Ministério do Trabalho investiga também a situação dos alojamentos usados pelos índios, na
usina Santa Lydia, em Ribeirão
Preto, que está desativada e pertence ao mesmo grupo.
Ontem, fiscais do trabalho e
membros da Procuradoria Regional do Trabalho, de Campinas, estiveram nas duas usinas. Eles afirmaram que os alojamentos não
são adequados e que a empresa
deve ser autuada.
O fiscal Ivanildo Mota de Souza
disse ontem que já foi confirmado, em campo, o trabalho de índios sem registro, mas não soube
informar quantos eles seriam.
O administrador do escritório
da Funai (Fundação Nacional do
Índio) em Campo Grande, Márcio Justino Marcos, disse que a
contratação de índios por usinas é
comum, mas é feita diretamente
pelas empresas com representantes da Funai nas aldeias. "Estamos
preocupados, porque alguns contratos não estão passando pela
tramitação normal. Tivemos conhecimento de que pessoas de
São Paulo estiveram fazendo uma
espécie de "arrastão" nas aldeias de
Mato Grosso do Sul."
O chefe do departamento pessoal da usina Nova União, Cláudio Pelis, disse ontem que todos
os índios contratados pela empresa estão registrados em carteira e
recebem o mesmo salário dos demais trabalhadores do corte da
cana-de-açúcar.
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