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São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2003

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LÍNGUA SOLTA

"A história não é construída por covardes", afirma presidente

Lula diz que consertará o país como um "peão"

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao fazer uma análise da situação em que o país se encontrava quando assumiu a Presidência e compará-la à de funcionários que assumiram a direção de uma empresa em Diadema (ABC paulista), Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que deixaram as coisas chegar "ao fundo do poço para dizer: "Peão vai lá e conserta'".
A afirmação do presidente foi feita ontem em visita a uma cooperativa de ex-funcionários de uma metalúrgica que, com um empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), comprou a massa falida da indústria.
"Se as coisas estivessem boas, eu não teria ganho as eleições. Da mesma forma que, se a Conforja não tivesse quebrado, vocês não teriam feito a cooperativa. Então deixaram chegar ao fundo do poço para dizer: "Peão vai lá e conserta", e nós vamos consertar esse país", afirmou o presidente.
O presidente disse ainda que sabe das "dificuldades" que existem para fazer o país mudar, mas que vai vencer "uma por uma delas". "Não tem dificuldade que me assuste, que me acanhe", disse Lula, ao citar a sua trajetória política. Ele não especificou quais são, na sua avaliação, as dificuldades.
O discurso do presidente foi acompanhado por mais de 400 funcionários da Uniforja (Cooperativa Central de Produção Industrial de Trabalhadores em Metalurgia), no pátio da fábrica, em Diadema, região do ABC paulista.
O presidente, que já foi metalúrgico, elogiou o fato de os cooperados de terem obtido R$ 25 milhões para tocar a fábrica.
"A história não é construída por covardes. Os covardes não aparecem nem no rodapé. A história é construída por pessoas ousadas que têm coragem, que enfrentam, examinam e têm perseverança."
Lula brincou com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho. Ao comentar que pode votar nas eleições da entidade, disse: "Posso até ser presidente do sindicato de novo daqui a algum tempo. Vamos ver".


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