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LÍNGUA SOLTA
"A história não é construída por covardes", afirma presidente
Lula diz que consertará o país como um "peão"
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao fazer uma análise da situação em que o país se encontrava
quando assumiu a Presidência e
compará-la à de funcionários que
assumiram a direção de uma empresa em Diadema (ABC paulista), Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que deixaram as coisas chegar "ao fundo do poço para dizer:
"Peão vai lá e conserta'".
A afirmação do presidente foi
feita ontem em visita a uma cooperativa de ex-funcionários de
uma metalúrgica que, com um
empréstimo do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), comprou a
massa falida da indústria.
"Se as coisas estivessem boas, eu
não teria ganho as eleições. Da
mesma forma que, se a Conforja
não tivesse quebrado, vocês não
teriam feito a cooperativa. Então
deixaram chegar ao fundo do poço para dizer: "Peão vai lá e conserta", e nós vamos consertar esse
país", afirmou o presidente.
O presidente disse ainda que sabe das "dificuldades" que existem
para fazer o país mudar, mas que
vai vencer "uma por uma delas".
"Não tem dificuldade que me assuste, que me acanhe", disse Lula,
ao citar a sua trajetória política.
Ele não especificou quais são, na
sua avaliação, as dificuldades.
O discurso do presidente foi
acompanhado por mais de 400
funcionários da Uniforja (Cooperativa Central de Produção Industrial de Trabalhadores em Metalurgia), no pátio da fábrica, em
Diadema, região do ABC paulista.
O presidente, que já foi metalúrgico, elogiou o fato de os cooperados de terem obtido R$ 25 milhões para tocar a fábrica.
"A história não é construída por
covardes. Os covardes não aparecem nem no rodapé. A história é
construída por pessoas ousadas
que têm coragem, que enfrentam,
examinam e têm perseverança."
Lula brincou com o presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, Luiz Marinho. Ao comentar
que pode votar nas eleições da entidade, disse: "Posso até ser presidente do sindicato de novo daqui
a algum tempo. Vamos ver".
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