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CÚPULA DE EVIAN
G8
Presidente vai à Suíça participar de reunião do G8, que deve acontecer sob protestos e forte esquema de segurança
Cenário "tipo 11 de setembro" espera Lula
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A GENEBRA
Vai ocorrer em um cenário "tipo 11 de setembro" o encontro do
G8, o grupo dos sete países mais
ricos do mundo mais a Rússia,
com 12 líderes de países em desenvolvimento, entre eles Luiz
Inácio Lula da Silva.
A comparação com a segurança
pós-atentados de 11 de setembro
de 2001 foi feita ao jornal suíço
"Tribune de Genève" pelo capitão
Christophe Kern. Seu posto já dá
bem a idéia do fenomenal esquema de segurança montado para a
reunião de cúpula que começa
domingo: Kern comanda a base
de mísseis Crotale instalada no
porto de Evian.
Evian será o QG do encontro.
Fica à beira do lago Leman, que a
separa da cidade suíça de Lausanne, onde Lula e os demais chefes
de Estado se hospedarão, no exuberante Beau-Rivage, mais um
castelo (à beira do lago) do que
um hotel.
Em Lausanne e também em Genebra, começaram ontem as manifestações contra a reunião do G-8, que são habituais a cada encontro de cúpula do grupo.
A diferença, este ano, é que alguns dos grupos que comandam
os atos pertencem ao leque de organizações da sociedade civil que
sempre trabalharam com o PT.
Exemplo: a Attac, criada na
França para defender a criação de
um imposto sobre transações financeiras. No Brasil, seu principal
representante é o jornalista Carlos
Tibúrcio, um dos chefes do esquema de comunicação da campanha Lula em 2002.
Exemplo dois: os diferentes braços regionais do Fórum Social,
criados a partir da experiência
dos encontros realizados em Porto Alegre como contraponto ao
Fórum Econômico Mundial que
faz suas reuniões anuais em Davos (Suíça).
Terrorismo
É verdade que o ambiente "tipo
11 de setembro" não se deve, formalmente, às manifestações, mas
ao temor de terrorismo.
"Nós nos preparamos para o
que de pior possa acontecer", disse também o capitão Kern à "Tribune de Genève".
Mas, como terroristas, obviamente, não avisam quando e onde vão atacar, o esquema de segurança acaba parecendo uma maneira de evitar o conjunto de manifestações anti-G8 organizadas
pelo que a mídia francesa e suíça
chama de "altermondialistes".
Haverá de tudo: desde uma manifestação unitária na manhã de
domingo (o dia em que Lula e os
outros 11 líderes dos países emergentes se reunirão com o G8); cidades alternativas; uma contracúpula na qual se inscreve a "Cúpula
para um Outro Mundo".
Até no título evoca o grito de
Porto Alegre ("Outro Mundo é
Possível"). O esquema de segurança é tão imponente que os manifestantes apelidaram de "Forte
Alamo" o QG das forças de segurança na cidadezinha de Annemasse, que será a sede das principais manifestações alternativas.
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