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São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2003

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CÚPULA DE EVIAN
G8


Presidente vai à Suíça participar de reunião do G8, que deve acontecer sob protestos e forte esquema de segurança

Cenário "tipo 11 de setembro" espera Lula

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A GENEBRA

Vai ocorrer em um cenário "tipo 11 de setembro" o encontro do G8, o grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia, com 12 líderes de países em desenvolvimento, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva.
A comparação com a segurança pós-atentados de 11 de setembro de 2001 foi feita ao jornal suíço "Tribune de Genève" pelo capitão Christophe Kern. Seu posto já dá bem a idéia do fenomenal esquema de segurança montado para a reunião de cúpula que começa domingo: Kern comanda a base de mísseis Crotale instalada no porto de Evian.
Evian será o QG do encontro. Fica à beira do lago Leman, que a separa da cidade suíça de Lausanne, onde Lula e os demais chefes de Estado se hospedarão, no exuberante Beau-Rivage, mais um castelo (à beira do lago) do que um hotel.
Em Lausanne e também em Genebra, começaram ontem as manifestações contra a reunião do G-8, que são habituais a cada encontro de cúpula do grupo.
A diferença, este ano, é que alguns dos grupos que comandam os atos pertencem ao leque de organizações da sociedade civil que sempre trabalharam com o PT.
Exemplo: a Attac, criada na França para defender a criação de um imposto sobre transações financeiras. No Brasil, seu principal representante é o jornalista Carlos Tibúrcio, um dos chefes do esquema de comunicação da campanha Lula em 2002.
Exemplo dois: os diferentes braços regionais do Fórum Social, criados a partir da experiência dos encontros realizados em Porto Alegre como contraponto ao Fórum Econômico Mundial que faz suas reuniões anuais em Davos (Suíça).

Terrorismo
É verdade que o ambiente "tipo 11 de setembro" não se deve, formalmente, às manifestações, mas ao temor de terrorismo.
"Nós nos preparamos para o que de pior possa acontecer", disse também o capitão Kern à "Tribune de Genève".
Mas, como terroristas, obviamente, não avisam quando e onde vão atacar, o esquema de segurança acaba parecendo uma maneira de evitar o conjunto de manifestações anti-G8 organizadas pelo que a mídia francesa e suíça chama de "altermondialistes".
Haverá de tudo: desde uma manifestação unitária na manhã de domingo (o dia em que Lula e os outros 11 líderes dos países emergentes se reunirão com o G8); cidades alternativas; uma contracúpula na qual se inscreve a "Cúpula para um Outro Mundo".
Até no título evoca o grito de Porto Alegre ("Outro Mundo é Possível"). O esquema de segurança é tão imponente que os manifestantes apelidaram de "Forte Alamo" o QG das forças de segurança na cidadezinha de Annemasse, que será a sede das principais manifestações alternativas.


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