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Tucano pode
assumir o
governo
da Agência Folha, em Florianópolis
Para o presidente da Assembléia
de Santa Catarina, Francisco Kuster (PSDB), 53, o Legislativo está
tentando "nocautear o famigerado instituto da impunidade".
Kuster comandará hoje a sessão
extraordinária de votação do impeachment do governador Paulo
Afonso Vieira (PMDB). Se tanto
Paulo Afonso quanto seu vice, José
Augusto Hulse, forem afastados,
ele assume o governo do Estado
pelos próximos 180 dias.
Agência Folha - O sr. esperava
que a investigação da CPI chegasse à votação do impeachment?
Kuster - À medida que as investigações foram descobrindo fatos
novos e envolvendo figuras de alta
periculosidade, a máfia do Banco
Vetor, cheguei a imaginar. Mas, no
começo, achava que era mais uma
CPI ou mais uma pizza.
Agência Folha - Essa evolução
aconteceu por eficiência da CPI ou
por inabilidade do governo?
Kuster - As duas coisas. Essa
CPI foi muito eficiente, fez história
em Santa Catarina. Por outro lado,
o governador não tomou nenhum
tipo de providência. Até poucos
dias, ele subestimava a CPI. Teve
algumas sugestões de procedimentos para aliviar um pouco a
barra e não tomou providência.
Pelo contrário, ousou, promoveu
figuras que estavam envolvidas
desde o início. Ele foi displicente e
a CPI foi muito competente.
Agência Folha - O governo perdeu a maioria na Assembléia (PFL,
PSDB e PDT foram aliados do
PMDB) em função do caso?
Kuster - Foi em função das Letras (títulos emitidos pelo governo
estadual) e do desatino administrativo.
Agência Folha - Que significado
a votação do impeachment tem
para o Brasil?
Kuster - Vai marcar uma era,
um momento novo. Vai passar para os 160 milhões de brasileiros que
os governantes não estão acima do
bem e do mal. Daqui para frente,
todos os governantes vão 'botar a
barba de molho'.
Agência Folha - Deputados estão
sendo pressionados pelo governo?
Kuster - Eles (o governo) estão
desesperados, é o poder que está
em jogo. Um parlamentar me disse
que foi procurado. Encorajei-o.
Temos um compromisso histórico
de tentar nocautear o famigerado
instituto da impunidade.
Agência Folha - Como o sr. vê a
perspectiva de assumir o governo?
Kuster - É uma contingência.
Não tenho o que comentar.
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