São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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CONVENÇÃO PT

Dirigente do PL não faz concessões e exige que petistas cumpram acordo

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, declarou ontem que seu partido não abre mão de coligar-se com o PT em Estados em que a aliança enfrenta resistência por parte do partido de Luiz Inácio Lula da Silva. Irredutível, Costa Neto disse que não há margem para um acordo que solucione o impasse, como chegou a ser sugerido anteontem por lideranças petistas.
"O acordo está feito e acordo é acordo. Não tem volta. O PT assumiu um compromisso conosco e precisa honrá-lo", disse. Anteontem, em reunião do diretório nacional petista, o partido rachou ao votar determinação para que três Estados rebeldes (Alagoas, Santa Catarina e Rio Grande do Norte) fizessem coligações com o PL.
Os liberais querem a coligação porque precisam apoiar-se em um partido forte e assim conseguir coeficiente mínimo para eleger deputados federais e estaduais. Mas os petistas resistem, em nome de diferenças ideológicas entre os dois partidos.
Após perder a apertada votação -34 votos pela imposição da coligação e 30 contra- a senadora Heloisa Helena, pré-candidato ao governo alagoano, abandonou a reunião dizendo que não disputaria a eleição nessas condições, para não ter de se aliar a "colloridos" e "usineiros" em seu Estado.
Caso os diretórios estaduais não aprovem a coligação hoje, poderão sofrer intervenção. Segundo Costa Neto, se for preciso intervir, que se faça: "O PL já deu sua cota de sacrifício ao correr o risco de perder deputados em nome do projeto de eleger Lula presidente. O PT tem de dar a sua cota", declarou o deputado.
Ele se reuniria ontem com o presidente nacional petista, José Dirceu, mas descartava um acordo para o impasse no PT.
Caso Helena e outros candidatos saiam da disputa, o PT poderá indicar outros nomes para as eleições nos três Estados rebelados ou simplesmente não lançar chapa majoritária, concorrendo apenas com lista de deputados.
"No caso de Alagoas, nossa aliança era com o PSB, do governador Ronaldo Lessa. Mas abrimos mão e agora precisamos de outro parceiro forte, o PT. Não podemos recuar", declarou Valdemar Costa Neto.

Início da convenção
Ontem ocorreu troca de socos no início da convenção do PT. Quando o senador José Alencar (PL-MG) foi chamado para discursar, alguns militantes do PT, que usavam um nariz de palhaço, começaram a gritar: "Lula sim, Alencar não".
Um segurança do partido deu um soco em um dos adolescentes que protestavam, que caiu. Em seguida, outros seguranças estenderam bandeiras no local, para impedir que o conflito fosse filmado. O militante agredido não quis dar declarações à imprensa.


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