São Paulo, terça, 30 de junho de 1998

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PL apóia Ciro, que ainda insiste no PTB

Sergio Lima/Folha Imagem
O candidato à Presidência pelo PPS, Ciro Gomes (em pé), em convenção do PL para oficializar sua candidatura


da Sucursal de Brasília

O candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, conseguiu ontem o apoio formal do PL e busca hoje o apoio do PTB. Dividida entre a escolha de Ciro ou a aposta na reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, a Executiva do PTB deixou a decisão para a convenção.
"O partido saiu unido. A decisão de hoje (ontem) foi acatar a posição da convenção", afirmou o presidente do PTB, senador José Eduardo de Andrade Vieira (PR).
"Qualquer que fosse o resultado da Executiva, o partido seria tachado pela imprensa de ter se vendido ou de querer barganhar com o governo. Foi melhor deixar a decisão para a convenção", afirmou o líder do PTB na Câmara, Paulo Heslander (MG).
Vieira defende a coligação com o PPS. Heslander é um dos principais articuladores do apoio do partido ao presidente. Ontem, a Executiva não chegou a votar as propostas de coligação.
A tendência era pelo apoio a FHC. Os governistas do partido consideram que terão os votos da maioria dos convencionais.
Se a convenção decidir pelo apoio a FHC, Andrade Vieira deverá aceitar o convite do presidente de representar o partido no conselho político da campanha.
Caso a convenção decida pelo apoio a Ciro, o partido indicará o vice na chapa do candidato do PPS. O voto de hoje será secreto.
"Estou tentando (o apoio do PTB), mas a 'mala preta' está aí. A pressão está no mundo. Eu gostaria de ter esse apoio, mas é uma luta de braço", afirmou Ciro.
Para o PPS, a coligação com o PTB pode representar o dobro de tempo de propaganda eleitoral gratuita na TV. O PL tem cerca de dois minutos na TV.
Segundo Ciro, o PTB está sofrendo ameaças do PFL, partido aliado a FHC, nos Estados para não apoiá-lo. "Não há sentido nisso. A questão nacional não interfere nas alianças regionais", afirmou Heslander.
No último mês, o governo liberou grande parte dos recursos destinados pelos parlamentares por meio de emendas ao Orçamento da União de 1998 como forma de conseguir apoio dos petebistas.
A maioria dos parlamentares da bancada do PTB na Câmara conseguiu que o Ministério do Planejamento empenhasse (comprometesse) mais de 50% do dinheiro de suas emendas.
O ministério, ocupado pelo petebista Paulo Paiva, centraliza a maior parte dos recursos para obras de infra-estrutura, habitação e saneamento básico.
Ontem, na convenção do PL, Ciro criticou o governo FHC. Ele afirmou que quando deixou o governo de Itamar Franco (1992-1994) a dívida externa estava em R$ 61 bilhões. Hoje, esse valor já é de R$ 340 bilhões, segundo ele.



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