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SUCESSÃO
Governador encaminhou ontem à Assembléia o seu pedido de licença do cargo de 6 de julho a 30 de outubro
Covas não poderá participar de inaugurações
CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local
O governador
Mário Covas
(PSDB), candidato à reeleição,
não poderá participar de inaugurações de
obras públicas,
mesmo licenciado do cargo.
O artigo 77 da Lei Eleitoral proíbe que candidatos a cargos do Poder Executivo participem de inaugurações nos três meses que antecedem a eleição. Esse período começa no dia 4 de julho.
Quando anunciou que iria se licenciar, no sábado, Covas disse
que estaria presente em inaugurações se a legislação permitisse.
O governador encaminhou ontem à Assembléia o seu pedido de
licença, sem remuneração.
"As ações político-eleitorais não
permitem trégua nem hesitações e
por isso exigem dos candidatos
exercício sempre pessoal, nunca
delegável", justificou no pedido.
Em sua opinião, as duas atividades são inconciliáveis. "A condução da coisa pública em geral e os
encargos cotidianos do governo
em particular poderão, muitas vezes, disputar a dedicação pessoal
que não quero ver partilhada."
Por fim, Covas afirma que a administração do Estado estará entregue "à inteligência e ao discernimento" do vice-governador
Geraldo Alckmin.
Vice-governador
A proibição de participar de
inaugurações também se aplica a
Alckmin, na opinião dos advogados Torquato Jardim, ex-ministro
do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e Antônio Carlos Mendes,
ex-procurador-regional-eleitoral.
"O vice-governador do Estado
não poderá estar em inaugurações
porque ele também é candidato",
afirma Mendes.
Alckmin substituirá Covas no
período da licença, que deve ir de
6 de julho a 30 de outubro.
Torquato e Mendes dizem que
Alckmin poderá concorrer à reeleição ainda que substitua Covas
durante o seu afastamento.
Em abril, o TSE respondeu a
uma consulta sobre o assunto e
disse que a substituição não provoca a inelegibilidade dos vice-governadores.
Segundo o TSE, o vice só fica
inelegível se sucede o governador
de forma definitiva. Não é o caso
de Alckmin, já que Covas reassumirá o cargo depois da eleição.
O pedido de licença de Covas seria votado ontem à noite pela Assembléia. À tarde, ele havia sido
aprovado por 4 votos a 1 na Comissão de Constituição e Justiça.
O voto contrário foi do deputado Erasmo Dias (PPB), aliado de
Paulo Maluf, principal adversário
de Covas no Estado.
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