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Heloísa rejeita necessidade de reforma da Previdência
Não há rombo nas contas do sistema, diz senadora
DA REPORTAGEM LOCAL
A candidata do PSOL à Presidência da República, senadora
Heloísa Helena, descartou ontem a necessidade de reforma
da Previdência no país. Reforma, disse, "só se fosse para ampliar direitos". "Desde as aposentadorias para as donas-de-casa até a ampliação dos benefícios dos deficientes físicos".
Segundo ela, "não existe
rombo da Previdência, como
bem mostrou o Tribunal de
Contas da União na análise de
contas de 2005". O relatório
deste ano apontou que as receitas vinculadas à Seguridade Social somaram R$ 250,9 bilhões,
contra R$ 265,1 bilhões de gastos, mas ressalvou que a receita
real seria muito maior se não
houvesse a incidência da DRU
(Desvinculação das Receitas da
União). Nessa hipótese, a Seguridade Social apresentaria um
saldo de R$ 19,1 bilhões, em vez
de um déficit de R$ 14,1 bilhões.
Antes de uma caminhada em
Osasco, Heloísa repetiu que a
Seguridade Social - que reúne
Previdência, Saúde e Assistência Social - "é superavitária em
R$ 52 bilhões" e que, com o fim
da DRU, esse dinheiro pode ser
destinado à ampliação do atendimento. Criada em março de
2000, a DRU dá flexibilidade ao
governo para gasto de 20% da
arrecadação federal, ao reter
fatia da receita originalmente
vinculada a despesas.
Heloísa também condenou a
liberação de recursos federais
aos Estados do Sul às vésperas
da ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à região. "É demonstração de irresponsabilidade fiscal e administrativa o
governo patrocinar três anos
de arrocho e contingenciamento, e, no ano eleitoral, fazer o "liberou geral". É muito grave, inclusive administrativamente."
Numa saia justa desde a declaração de voto de Anthony
Garotinho a ela, Heloísa Helena fez questão de ressaltar que
não conversou com o ex-governador do Rio. Disse que não vai
procurá-lo e negou que tenha
recebido o apoio formal dele.
Caminhada
Sob chuva, a senadora fez
uma caminhada pelo centro de
Osasco. Na saída, incomodada
com a calça, Heloísa pediu que
lhe comprassem um cinto num
camelô. A militante Priscila
Evangelista pagou R$ 5 por um.
Depois do passeio, a senadora se emocionou ao falar do
descontentamento de seus filhos com os sacrifícios de sua
empreitada e, mais tarde, ao
ouvir o candidato do PSOL ao
governo do Estado, Plínio de
Arruda Sampaio, elogiá-la ao
descrevê-la como "uma líder,
pela coragem do salto".
Preocupações
Duas preocupações rondam
o PSOL. Uma delas é a de não
reeleger seus deputados que
eram do PT, e que, portanto,
agora não contam com a força
da ex-legenda. Para a senadora,
"não é justo que num Congresso em que se estabeleça uma relação promíscua porque promíscuo é o chefe do Executivo
fiquem de fora aqueles que não
fizeram de seu mandato um
aparato de enriquecimento".
A outra perturbação citada
pelo partido é relativa às finanças de campanha. Segundo o
deputado federal Orlando Fantazzini (SP), os custos de viagem da senadora estão sendo
pagos pelos próprios deputados. Os representantes do partido anunciaram ontem à noite
que farão um jantar de adesão e
distribuíram documentos pedindo voluntários para participar da arrecadação.
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