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MCI leva Embratel com 47,22% de ágio
ANTONIO CARLOS SEIDL
enviado especial ao Rio
Com uma oferta de R$ 2,65 bilhões, o grupo MCI, dos EUA, por
meio de sua subsidiária Startel,
venceu ontem o leilão de 51,79%
das ações com direito a voto da
Embratel (Empresa Brasileira de
Telecomunicações), o braço de telefonia de longa distância do Sistema Telebrás.
O valor representa um ágio de
47,22% sobre o preço mínimo de
R$ 1,8 bilhão.
Incluída no primeiro grupo do
leilão, a disputa pela Embratel foi
a mais acirrada de todas, decidida
por lances a viva-voz depois que
os lances iniciais, apresentados em
envelopes fechados pelas corretoras representantes dos dois grupos, concorrentes foram iguais ao
valor de corte, isto é ficaram muito próximos um do outro.
Representando o consórcio formado pela empresa norte-americana Sprint, fundos de pensão e
banco Opportunity, a corretora
Itaú ofereceu seu lance inicial de
R$ 2.499.300, com ágio de 38,85%.
Pela MCI, a corretora Unibanco
ofereceu um lance de R$
2.473.000, com ágio de 37,38%.
Depois de 12 lances alternados a
viva-voz, a Unibanco fez a oferta
vencedora. O leilão da Embratel
começou às 10h23 e foi concluído
às 10h32. A MCI vai pagar 40% do
total em cinco dias e o restante, em
duas prestações anuais.
Jerry DeMartino, vice-presidente sênior de estratégia global e desenvolvimento da MCI (faturamento de US$ 20 bilhões, em
1997), informou, após o leilão, que
agora a Embratel é 100% do grupo,
que disputou sem parceiros.
Depois de afirmar que descarta a
busca de parceiros na Embratel a
curto prazo, DeMartino disse que
ficou muito feliz com a vitória
porque, na opinião do grupo, a
Embratel é a "jóia da coroa das
telecomunicações no Brasil".
"Temos 100% da Embratel e capacidade para tocar a empresa sozinhos, mas podemos fazer alguma parceria no futuro, caso apareça alguma oportunidade."
A MCI, cuja sede mundial fica
em Washington, capital dos EUA,
está prestes a ser incorporada pela
empresa de telecomunicações
norte-americana WorldCom,
dando origem à MCI WorldCom.
DeMartino previu que o aumento da competição no mercado de
telecomunicações do Brasil, avaliado em US$ 15 bilhões em 97, vai
ter como principal consequência a
queda das tarifas, a melhoria da
qualidade dos serviços, principalmente do acesso à Internet, e o
lançamento de novos produtos.
Segundo DeMartino, a compra
da Embratel é o maior investimento da MCI no exterior. Ele calcula
que a participação da Embratel no
faturamento mundial do grupo ficará entre 10% e 12%.
O porta-voz do consórcio perdedor, Carlos Geraldo Langoni, destacou a "transparência e emoção"
do leilão. Lamentou, porém, a
derrota de seu grupo, que objetivava formar uma empresa de
maioria brasileira para administrar a Embratel.
O banco Opportunity e seis fundos de pensão -Sistel (Telebrás),
Telos (Embratel), Funcef (Caixa
Econômica Federal), Centrus
(Banco Central), Previ (Banco do
Brasil) e Fundação Cesp- teriam
70% do capital com direito a voto,
e o grupo Sprint, de telefonia de
longa distância, ficaria com 25%.
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