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SUCESSÃO
Candidato petista discursou para operários nas portas das fábricas da Volks e da Scania, em São Bernardo
Lula ataca o Congresso em ato no ABCD
CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local
Os parlamentares foram o alvo
dos discursos de Luiz Inácio Lula
da Silva ontem de madrugada em
portas de fábrica em São Bernardo
do Campo (SP).
"Uma vez falei que havia uns
300 picaretas no Congresso, mas a
coisa só piorou", afirmou Lula
para uma platéia simpática à sua
pregação.
O candidato presidencial da
frente de esquerda (PT, PDT, PSB,
PC do B e PCB) foi pedir votos para trabalhadores da Volks e da
Scania. A programação foi agendada para compensar a ausência
de Lula nos protestos contra o leilão do Sistema Telebrás, no Rio.
Em frente ao portão de entrada
na Volks, Lula conseguiu atrair a
atenção de cerca de 1.500 trabalhadores. Criticou a imprensa, que
para ele está escondendo a questão
da seca no Nordeste para ajudar a
reeleição do presidente Fernando
Henrique Cardoso, e investiu contra o tucano.
"O presidente não vem para a
porta da fábrica porque isso contraria a lógica de uma campanha
moderna, que tenta de forma sórdida ganhar o imaginário do trabalhador", disse Lula.
Para cativar a platéia, o petista
fez o contraponto entre a campanha "milionária" de seu adversário e uma das formas de arrecadação da campanha do PT.
"Devemos perguntar quem está
doando os R$ 70 milhões que eles
vão gastar na campanha. Nós dependemos das moedinhas que os
trabalhadores vão depositar nos
nossos cofrinhos", afirmou.
O petista estava acompanhado
de Marta Suplicy, candidata do
partido ao governo de São Paulo, e
do senador Eduardo Suplicy, que
tenta a reeleição.
Nos três discursos que fez, Lula
insistiu na importância de eleger
Marta. Suplicy não falou do seu
programa de renda mínima, o
principal mote de sua campanha.
A defesa de Suplicy foi feita por
sua mulher, Marta. "Suplicy faz a
diferença num Congresso que tem
mais de 300 picaretas e a maioria
venal", declarou a candidata ao
governo. "No Congresso, poucos
não estão lá para fazer negócios",
acrescentou.
Com calça jeans e tênis branco,
Marta utilizou linguagem informal no discurso para os trabalhadores do ABCD. "O que esses caras como Maluf, Covas, Quércia e
Rossi têm de novo?", indagou,
por exemplo, referindo-se a seus
adversários na disputa ao governo
paulista.
Em outro trecho de seu discurso,
na Volks, a candidata petista atacou Covas. "É um governador
que não peitou a União quando ela
prejudicou São Paulo", afirmou.
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