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SEMINÁRIO
Sociólogo chileno diz que liberdade econômica ajuda a reduzir ação de corruptos
Estudo liga corrupção à ineficiência
VIVALDO DE SOUSA
enviado especial a Santiago
A corrupção tende a ser maior
nos países onde o sistema legal
(Judiciário e Executivo) é ineficiente, onde não há muita liberdade econômica e onde o grau de
competitividade entre os partidos
políticos é pequeno. Essa é conclusão de um estudo do sociólogo
chileno Eugenio Guzmán.
Usando dados de diversos institutos sobre corrupção, liberdade
econômica e eficiência do Judiciário, Guzmán mostrou que há uma
relação muito grande entre essas
variáveis. Ou seja, o trabalho de
combate à corrupção deve envolver mudanças em várias áreas do
Estado e da sociedade.
O trabalho foi feito com base em
dados de 97 da Transparência Internacional sobre corrupção e de
96 e 97 nos demais casos junto ao
Banco Mundial, The Fraser Institute e The Heritage Foundation.
As conclusões foram apresentadas
na semana passada em um seminário realizado em Santiago.
Organizado pela Forja (Formação Jurídica para a Ação, organização não-governamental chilena), o seminário teve como tema o
papel dos meios de comunicação
para melhorar a transparência nos
assuntos de interesse público. O
seminário foi patrocinado pelo
governo do Chile e pela Associação Canadense de Desenvolvimento Internacional.
Guzmán disse que os países com
pouca liberdade econômica e com
alta impunidade jurídica têm mais
incentivos para o aumento da corrupção. A medida que há demora
na punição por parte da Justiça, as
pessoas têm a impressão de que a
probabilidade de isso ocorrer seja
cada vez menor.
A papel da Justiça, porém, não
deve se limitar a punir somente o
corrompido, mas também o corruptor, disse durante o seminário
o presidente do Conselho de Auditoria Interna do Chile, Rodrigo
Moraga. Segundo ele, a corrupção
é algo que afeta tanto o setor público quanto o setor privado.
Outro ponto importante para
reduzir a corrupção, segundo
Guzmán, é o sistema político de
cada país. Onde a competição política é maior, a fiscalização por
parte dos partidos políticos e da
sociedade civil também é grande.
Guzmán disse que a concorrência entre as empresas é um fator
importante para reduzir a corrupção. De acordo com ele, os países
que sofrem mais intervenção do
Estado na economia também estão mais suscetíveis a um maior
grau de corrupção.
Isso pode ocorrer porque o número de papéis e medidas burocráticas aumenta.
O jornalista
Vivaldo de Sousa viajou a convite
da Forja (Formação Jurídica para a Ação)
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