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PT x PT
Militantes, vereadores e sindicalistas fazem ato; economista fala em "dissidência"
Manifesto "da base" pede resgate do PT
RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Militantes, vereadores e sindicalistas filiados ao PT lançam hoje,
às 18h, em frente à sede nacional
do partido, em São Paulo, o manifesto "Resgate do PT", com críticas ao governo Luiz Inácio Lula
da Silva e à direção da legenda.
Trata-se do primeiro documento
do tipo assinado pelas "bases" do
partido.
Segundo Julio Turra, um dos
organizadores do manifesto, integrante da Executiva Nacional da
CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da corrente de esquerda do PT "O Trabalho", cerca de
2.300 militantes assinam o texto.
Ele divulgou uma lista provisória,
datada de 11 de agosto, contendo
150 assinaturas.
O manifesto acusa o governo e a
possível expulsão dos parlamentares radicais de ameaçar "destruir o PT". "Chegou a hora de se
agrupar para se reapropriar do
PT, hoje ameaçado", diz o texto.
"Sete meses depois da posse do
novo governo, a nação brasileira e
nosso partido entram numa terrível crise", é dito no documento
que afirma não terem os eleitores
de Lula votado "para que a reforma agrária deixasse de ser feita",
"por uma reforma da Previdência
que prossegue a obra iniciada por
FHC" nem "para renovar o acordo com o FMI".
Entre os signatários estão o economista e professor da Unicamp
Plínio de Arruda Sampaio Jr., o
membro do Diretório Nacional
do PT Markus Sokol e membros
de diretórios e executivas estaduais do partido.
Segundo Sampaio Jr., que em
junho organizou um manifesto de
economistas pedindo mudanças
na política econômica de Lula,
"há uma revolta dentro do PT".
"O grosso das tendências está
em grande revolta [com o governo Lula], mas não se manifestou
ainda", disse. "Minha avaliação é
que vai ocorrer uma dissidência
dentro do partido, que tende a assumir mais ou menos a forma de
uma desobediência civil em relação à direção do PT."
Para ele, essa dissidência só seria resolvida com um novo congresso do partido. "Se o partido
for de fato isso que estamos vendo, ele racha", declarou o economista. Mas se um novo congresso
nacional mostrar que a atual direção não é representativa do PT,
disse, será preciso substituí-la.
Sampaio Jr. disse que o manifesto foi iniciado por correntes da esquerda do PT, entre elas "O Trabalho". Turra, no entanto, afirmou que o documento é representativo de todas as tendências.
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