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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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Servidores encerram greve geral

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sem conseguir mudar a reforma da Previdência, a Cnesf (Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais) aprovou ontem o fim da greve, após 41 dias de paralisação. O trabalho deve ser retomado até quarta-feira.
"Alguns queriam terminar a greve na semana passada, mas preferimos esperar pelo segundo turno [de votação da reforma] para que não desse a impressão de vitória do governo por goleada", disse José Domingues Godoy Filho, do Andes (dos professores de universidades federais).
Os coordenadores ainda mantêm o discurso e o calendário de ações contra a reforma. A idéia é promover nova paralisação e outra marcha na última semana de setembro, quando a reforma deve ser votada no Senado.
Os grevistas pediam, inicialmente, a suspensão da tramitação da reforma. Depois, aceitaram negociar, pedindo a manutenção da aposentadoria com salário integral e a paridade de reajuste de ativos e inativos para atuais e futuros servidores e o fim da proposta de tributação de ativos. O governo manteve a tributação mas concedeu os outros pontos aos atuais servidores.
Na semana passada, um decreto presidencial concedeu uma espécie de "anistia" aos que abandonassem a greve em cinco dias, livrando-os de desconto no salário.
Se houve vitória do governo, os servidores também ganharam, segundo o presidente da Condsef (servidores federais), Gilberto Jorge Gomes. "Foi diferente. Nunca fizemos greve em torno de uma bandeira política, o servidor sempre fez greve em campanha salarial." Domingues afirma que o governo "saiu com a base fissurada e desfigurado."
A greve vinha perdendo força desde 6 de agosto, quando a reforma foi aprovada em 1º turno na Câmara. No dia 22, os servidores da Previdência Social, ligados à CUT, fizeram um acordo com o governo e interromperam a greve.
Segundo o decreto presidencial de 22 de agosto, os servidores não teriam o ponto cortado se voltassem ao trabalho até quarta-feira passada. De acordo com Godoy Filho, o movimento não procurará o governo para negociar. Procurada, a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento não respondeu. (IURI DANTAS)


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