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Servidores encerram greve geral
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem conseguir mudar a reforma da Previdência, a Cnesf (Coordenação Nacional das Entidades
de Servidores Federais) aprovou
ontem o fim da greve, após 41 dias
de paralisação. O trabalho deve
ser retomado até quarta-feira.
"Alguns queriam terminar a
greve na semana passada, mas
preferimos esperar pelo segundo
turno [de votação da reforma] para que não desse a impressão de
vitória do governo por goleada",
disse José Domingues Godoy Filho, do Andes (dos professores de
universidades federais).
Os coordenadores ainda mantêm o discurso e o calendário de
ações contra a reforma. A idéia é
promover nova paralisação e outra marcha na última semana de
setembro, quando a reforma deve
ser votada no Senado.
Os grevistas pediam, inicialmente, a suspensão da tramitação
da reforma. Depois, aceitaram negociar, pedindo a manutenção da
aposentadoria com salário integral e a paridade de reajuste de
ativos e inativos para atuais e futuros servidores e o fim da proposta de tributação de ativos. O
governo manteve a tributação
mas concedeu os outros pontos
aos atuais servidores.
Na semana passada, um decreto
presidencial concedeu uma espécie de "anistia" aos que abandonassem a greve em cinco dias, livrando-os de desconto no salário.
Se houve vitória do governo, os
servidores também ganharam,
segundo o presidente da Condsef
(servidores federais), Gilberto
Jorge Gomes. "Foi diferente.
Nunca fizemos greve em torno de
uma bandeira política, o servidor
sempre fez greve em campanha
salarial." Domingues afirma que
o governo "saiu com a base fissurada e desfigurado."
A greve vinha perdendo força
desde 6 de agosto, quando a reforma foi aprovada em 1º turno na
Câmara. No dia 22, os servidores
da Previdência Social, ligados à
CUT, fizeram um acordo com o
governo e interromperam a greve.
Segundo o decreto presidencial
de 22 de agosto, os servidores não
teriam o ponto cortado se voltassem ao trabalho até quarta-feira
passada. De acordo com Godoy
Filho, o movimento não procurará o governo para negociar. Procurada, a assessoria de imprensa
do Ministério do Planejamento
não respondeu.
(IURI DANTAS)
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