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HORA DAS CASSAÇÕES
Mabel diz que está sendo "triturado"
SILVIO NAVARRO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
O líder do PL na Câmara dos
Deputados, Sandro Mabel (GO),
afirmou ontem em depoimento
ao Conselho de Ética ser vítima de
uma acusação "leviana e irresponsável" feita pela deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO). O deputado criticou a mídia e disse estar sendo "triturado" em um processo sem provas.
Mabel enfrenta um processo no
Conselho de Ética, apresentado
pelo PTB, que poderá resultar na
cassação do seu mandato por
quebra de decoro parlamentar.
"Não há defunto", afirmou,
comparando seu caso ao de um
acusado de homicídio, "sem provas nem cadáver".
Um dos argumentos da sua defesa é o fato de que o nome dele
não aparece vinculado à lista de
sacadores das contas do publicitário Marcos Valério Fernandes de
Souza, acusado de abastecer o caixa-dois do PT e de operar o suposto esquema do "mensalão".
Oferta
A principal acusação contra
Mabel, que figura na lista de deputados apontados como supostos beneficiário do esquema do
"mensalão", foi feita por Raquel
Teixeira logo após as denúncias
do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Segundo ela,
Mabel lhe ofereceu R$ 1 milhão,
para trocar o PSDB pelo PL, e
mais R$ 30 mil mensais. Ele nega
ter feito a oferta financeira, mas
admite ter tratado de uma negociação para a troca de legenda.
No depoimento, Mabel classificou a denúncia como "mentirosa", "leviana" e "irresponsável",
motivada, segundo ele, por pretensões da deputada, que queria
desbancá-lo de uma eventual disputa pelo governo de Goiás nas
eleições do próximo ano.
O líder do PL disse ainda que
pretendia apresentar uma representação contra o relator da CPI
dos Correios, Osmar Serraglio
(PMDB-PR), que, segundo ele, teria quebrado o decoro parlamentar ao incluí-lo na lista de beneficiários do "mensalão". Disse, porém, ter sido demovido da idéia
pela direção do partido. Antes do
envio dos nomes pela CPI, Mabel
chegou a chorar e pedir "piedade"
durante uma sessão da comissão.
O deputado também criticou a
mídia, dizendo que "se na época
da Inquisição se queimava nas fogueiras, hoje se queima nas câmeras de TV". "Infelizmente só sai
notícia que dê manchete. Eu sou
manchete, sou o mentiroso, o pagador do mensalão. São 90 dias de
trituramento pessoal."
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