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CONTAS PÚBLICAS
Dívida do Estado será paga em 30 anos, com juros anuais de 6% e antecipação dos royalties do petróleo
Rio conclui renegociação com a União
da Sucursal de Brasília
O governador do Rio, Anthony
Garotinho (PDT), anunciou ontem ter fechado com a equipe econômica do governo federal o
acordo de renegociação da dívida
do Estado, estimada em R$ 26 bilhões. "A negociação foi boa para
o governo federal e a melhor possível para o Estado, que não terá
de se preocupar com a dívida pelos próximos 30 anos", disse.
O dívida do Rio será paga em 30
anos, com juros de 6% ao ano. A
principal vantagem para o Estado
foi conseguir do governo federal o
recebimento antecipado de royalties (valores que a Petrobras paga
ao Estado pelo direito de exploração de petróleo).
Os royalties do petróleo serão
usados de duas formas: uma parte
para abater a dívida e outra para
reforçar fundo de pensão a ser capitalizado com títulos federais.
"Considero que, se eu nada tivesse feito no governo, se não tivesse construído casas ou reformado escolas -o que estou fazendo-, esse acordo já valeria o
meu mandato."
Para Garotinho, o acordo foi
bom para o governo porque nenhum outro Estado poderá pagar
sua dívida com garantias tão sólidas como os royalties do petróleo,
que permitirão, segundo ele, um
abatimento de R$ 7 bilhões do total da dívida do Rio. "Estou feliz."
Deus
O governador, de oposição, disse não acreditar que os aliados do
governo no Senado possam fazer
"corpo mole" e não aprovar o
acordo com o Rio. "Não tenho
culpa se Deus escolheu o Rio para
colocar o petróleo. Reclamem
com o Criador", disse. "Não acredito em ciúmes (dos demais governadores). Venho de um Estado que dá muito ao governo federal", afirmou.
Questionado sobre seu bom relacionamento com o presidente
Fernando Henrique Cardoso, Garotinho disse: "Eu sei separar a relação institucional da política. Eu
sou contra a política que ele faz".
O governador declarou que, depois de assinado o acordo, o que
estava previsto para a noite de ontem, ajustará as contas do Estado
e promoverá investimentos.
"Me entregaram um Estado em
prenúncio de falência. Ficaram
até apostando quantos meses o
Garotinho iria ficar", ironizou.
Ele afirmou que o Estado compromete atualmente de 78% a
85% de sua receita com a folha de
pagamento.
Brizola
Garotinho, que tem trocado críticas com o presidente do PDT, o
ex-governador Leonel Brizola,
disse ontem que não sairá do partido. "Não vou sair do PDT. Existe
uma diferença grande entre lealdade e submissão", afirmou.
"Não fui eu quem começou essa
confusão. Fui agredido pessoalmente (por Brizola) com palavras
muito duras. As idéias próprias
devem ser respeitadas."
Questionado se perdoaria o ex-governador, Garotinho foi irônico. "Quando a gente faz as pazes,
tenta resolver o problema, não esquecer", disse.
Governadores
O governo federal enviou ontem ao Congresso projeto de lei
complementar que adia para janeiro de 2003 a possibilidade de as
empresas obterem créditos de
ICMS (imposto estadual) pago
em aquisição de bens de uso e de
consumo do estabelecimento.
O prazo inicial era janeiro do
próximo ano. Segundo a exposição de motivos do projeto, a modificação vai barrar a queda na receita de municípios e Estados.
A medida foi acertada em reunião do presidente Fernando
Henrique Cardoso com os governadores. Seu envio ao Congresso
foi anunciado anteontem pelo
ministro Pedro Parente (Casa Civil).
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