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Acerto é visto como salto de qualidade
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O ex-secretário-executivo do
Ministério da Fazenda e atual ministro-chefe da Casa Civil, Pedro
Parente, é considerado pelos que
tiveram participação ativa na renegociação da dívida do Rio como o "pai do acordo".
Foi Parente, ainda quando estava na Fazenda, que sugeriu o uso
dos royalties do petróleo como alternativa para abater parte da dívida do Estado e, com isso, viabilizar o acordo. A sugestão foi aceita
pelo ministro da Fazenda, Pedro
Malan, e o acerto, que se arrastava, tornou-se viável.
Mesmo aliados do governo federal avaliam que a inclusão dos
royalties do petróleo na negociação foi um negócio de pai para filho entre o governo federal e o
Rio, Estado que tem um governador -Anthony Garotinho
(PDT)- eleito pela oposição.
O acordo é um salto de qualidade sobre os termos negociados
antes pelo governista Marcello
Alencar (PSDB). A taxa de juros
caiu de 9% para 6% e não há, como no acordo anterior, comprometimento crescente da receita
Estadual.
Garotinho conseguiu também,
com a ajuda do senador governista Ney Suassuna (PMDB-PB), parar o processo de aprovação no
Senado do acordo feito por Alencar, viabilizando o recomeço da
negociação.
Foram oito meses de negociação que culminaram com uma
reunião iniciada na quinta-feira e
encerrada na madrugada da sexta
entre o secretário da Fazenda do
Rio, Fernando Lopes, e o secretário do Tesouro Nacional, Fábio
Barbosa.
Para o Rio, o acordo é considerado o fato mais auspicioso ocorrido desde o início da gestão do
governador Anthony Garotinho.
Equacionado um limite a ser
pago mensalmente (13% da receita líquida do Estado), considerado viável, Garotinho pode se concentrar no projeto de fazer uma
administração que sirva de alavanca para sua candidatura à Presidência da República, atacando,
prioritariamente, os problemas
da violência e da habitação.
A União, por sua vez, recompõe
um fluxo de caixa que estava virtualmente parado e incorpora ao
seu caixa uma receita que pode
ser de aproximadamente R$ 700
milhões ao ano.
A principal razão para a demora
na negociação, mesmo após a sugestão do uso dos royalties, foi a
insistência dos técnicos da Fazenda do Rio de ter uma solução para
o problema previdenciário do Estado no pacote de renegociação
da dívida.
A avaliação dos técnicos era que
sem essa solução o acordo não resolveria o problema de nenhuma
das partes: o Rio seguiria descapitalizado pela necessidade de cobrir o déficit previdenciário; e a
União veria em pouco tempo o
acordo fracassar porque o Estado
não conseguiria cumpri-lo.
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