São Paulo, Sábado, 30 de Outubro de 1999
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NO RIO
Ala deve entregar cargos a governador em caráter simbólico
Articulação, facção do PT, pedirá intervenção do diretório nacional


da Sucursal do Rio

A facção petista Articulação pedirá a intervenção da direção nacional do PT para que os secretários do partido no governo Anthony Garotinho (PDT) se mantenham nos cargos.
No último fim-de-semana, a convenção do PT no Rio decidiu que todos os petistas empregados no governo estadual têm que deixar os cargos.
Até ontem, os secretários Jorge Bittar (Planejamento), Gilberto Palmares (Trabalho) e Antônio Pitanga (Ação Social, Esporte e Lazer) permaneciam no governo.
Hoje, os três devem entregar os cargos a Garotinho, em uma atitude simbólica, segundo a Folha apurou.
A estratégia dos secretários, vinculados à Articulação, é a de transferir para Garotinho a responsabilidade por mantê-los na administração estadual.
O governador não aceitaria o pedido de dispensa, mantendo-os no governo. Assim, Bittar, Palmares e Pitanga consideram que terão cumprido a ordem partidária, mas permanecem no secretariado.
Garotinho tem como vice a ex-senadora Benedita da Silva, liderança da Articulação no Rio. Ela ajudou a traçar a estratégia de permanência dos secretários no governo. O novo presidente do PT no Rio, deputado federal Carlos Santana, disse ontem que não aceitará que Bittar, Palmares e Pitanga continuem secretários estaduais.
"A resolução determinou a saída dos petistas em caráter irreversível. Não aceitamos outra forma", afirmou Santana, da facção petista Opção Popular.
O recurso ao comando nacional contra a decisão dos convencionais fluminenses é a saída vislumbrada pela Articulação.
"Vamos chamar a direção nacional para que, dentro de suas normas democráticas, se posicione também", afirmou o vice-presidente do diretório do Rio, William Campos. Para ele, a decisão da convenção inviabiliza a aliança que elegeu Garotinho e Benedita da Silva.
"Vamos argumentar que o diretório está indo contra o voto popular. Vamos lutar até a morte para derrubar a resolução. Lutar até a morte inclui uma moção ao diretório nacional pedindo que se posicione sobre o fato", disse Campos.


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