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Meta até 2004 é pôr fim ao analfabetismo
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT tem planos ambiciosos.
Quer, por exemplo, acabar com o
analfabetismo em São Paulo até
2004 -a cidade tem 421.464 adultos analfabetos, segundo o IBGE.
Veja quais são as metas para os
cinco principais programas sociais de Marta Suplicy:
Renda mínima - O plano é atingir as 309 mil famílias que vivem
com menos de três salários e têm
filhos de até 14 anos na escola. No
primeiro ano, seriam atendidas
40 mil famílias. Brani Kontic, sociólogo do Instituto Florestan
Fernandes, estima em R$ 66 o valor a ser pago a cada família.
Como acontece com os demais
programas, a previsão do partido
é que o de renda mínima só comece a funcionar a partir de junho de
2001 -seriam necessários cinco
meses para aprová-los e dotá-los
de equipe.
Se fosse atender todas as famílias de uma vez, seriam necessários R$ 246 milhões por ano.
A meta de atender as 309 mil famílias "é praticamente impossível", segundo Ana Maria Fonseca,
professora da Unicamp que defendeu uma tese de doutorado sobre renda mínima. A razão é simples: quanto mais miserável a família, mais difícil é alcançá-la com
programas sociais.
Sônia Draibe, professora da
Unicamp e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas, também acha "difícil atingir a
meta". O maior programa de renda mínima do país, executado pelo governo do PT no Distrito Federal, atingiu 25 mil famílias em
quatro anos, exemplifica.
Alfabetização de adultos - O
PT quer acabar com o analfabetismo na cidade até 2004, alfabetizando 100 mil adultos por ano.
A idéia é alfabetizar 25 mil adultos por ano por meio do Mova
(Movimento de Alfabetização de
Jovens e Adultos). Na gestão de
Luiza Erundina, o Mova atingiu
18.776 alunos em junho de 1992.
Os outros 75 mil seriam alfabetizados em 5.000 salas do Estado
que ficam fechadas à noite.
Três especialistas em alfabetização de adultos consultados pela
Folha -Stella Piconez, da USP,
Maria Clara de Piero, da Ação
Educativa, e Sonia Couto, do Instituto Paulo Freire- concordam
que é factível atingir a meta.
Bolsa Trabalho - A proposta é
que jovens de 15 a 17 anos recebam R$ 180 por mês (o valor do
salário mínimo defendido pelo
PT) para continuar estudando. A
meta é atingir 120 mil adolescentes em quatro anos. Moradores
das regiões mais violentas, como
o Jardim Ângela, serão os primeiros a serem atendidos.
Banco do Povo - O plano do PT
é emprestar R$ 50 milhões por
ano, a juros de 1% ao mês. Só para
ter uma idéia do porte da proposta, o Banco do Povo do governo
Mário Covas, que tem convênio
com 78 municípios, emprestou
cerca de R$ 10 milhões em dois
anos. A proposta do PT supera até
o fundo de crédito do programa
estadual, de R$ 35 milhões.
Começar de Novo - Visa requalificar os desempregados com
mais de 40 anos. A idéia do PT é
que todos os 160 mil desempregados nessa faixa etária passem pelo
programa até 2004.
(MCC)
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