São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2000

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FORTALEZA
Peemedebista consegue segundo mandato na capital cearense com 53,97% dos votos válidos, contra 46,03% de Inácio Arruda (PC do B); diferença total foi de 75.384 votos
Juraci é reeleito com pequena vantagem

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

OSCAR PILAGALLO
ENVIADO ESPECIAL A FORTALEZA

O prefeito de Fortaleza, Juraci Magalhães (PMDB), 69, confirmou o favoritismo e venceu o segundo turno da eleição na capital do Ceará, mas com vantagem inferior à prevista.
Juraci, que liderou uma frente conservadora, teve 53,97% dos votos válidos (512.655 votos). Seu adversário, Inácio Arruda (PC do B), 43, à frente de uma aliança de esquerda, ficou com 46,03% (437.271 votos).
A diferença de quase oito pontos percentuais é bem menor que a de sexta-feira (21 pontos), o que indica o crescimento do candidato de oposição na reta final.
"É cada vez mais importante a participação do governo federal e do estadual para uma Fortaleza mais justa", disse o prefeito de Fortaleza, após conhecer o resultado da boca-de-urna, que dava a ele 53,5% dos votos.
Este foi o primeiro ano que a eleição em Fortaleza foi para segundo turno.
No pleito passado, Juraci Magalhães ganhou no primeiro turno, mantendo sua corrente política no poder. O primeiro mandato de Juraci começou em 1988, quando era vice de Ciro Gomes.
Ele assumiu a prefeitura com a vitória do titular na eleição para governador, em 1990.
Juraci conseguiu fazer seu sucessor e, na sequência, voltou a se candidatar, em 1996.
Com a vitória de ontem, seu grupo terá ficado, até o fim do mandato, quase 15 anos no poder municipal.
Ao se afastar de Ciro Gomes, o atual prefeito quebrou a hegemonia política do grupo liderado pelo governador Tasso Jereissati que, desde 1986, pratica um "governo de mudança" no Ceará.
Identificados com um projeto modernizador, Ciro e Tasso têm, no entanto, mais votos no interior do que na capital. A candidata deles, Patrícia Gomes, ex-mulher de Ciro, ficou em quarto lugar no primeiro turno.
A campanha de Juraci foi beneficiada por obras financiadas pelo governo federal. Fortaleza foi a única capital em que o PMDB, partido da coligação que sustenta FHC, disputou o segundo turno.
Houve muitas denúncias de corrupção. Inácio acusou a administração de "transferir dinheiro público à junta familiar", referência a um filho de Juraci, cuja empreiteira toca várias obras.
Essas denúncias, no entanto, não tiveram impacto eleitoral.


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