ANTONIO CARLOS DE FARIA
LUIZ ANTONIO RYFF
DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito eleito do Rio, Cesar Maia (PTB), disse que seu único compromisso para 2002 será se engajar na campanha de Ciro Gomes (PPS) à Presidência da República. "Ciro será meu referencial", disse.
Maia afirmou que não pretende deixar a prefeitura para disputar o governo do Estado. Buscando um tom conciliador, afirmou que pretende "trabalhar de mãos dadas" com os governos estadual e federal. "Quero neste momento ser um pólo aglutinador de forças políticas."
Ele evitou fazer qualquer crítica política ao governador Anthony Garotinho e ao prefeito Luiz Paulo Conde (PFL), que firmaram uma aliança nessas eleições.
"Vocês vão ter uma surpresa. Meu gesto vai ser de entendimento", disse, enfatizando que não guarda mágoas das acusações que recebeu durante a campanha.
Na entrevista em que reconheceu sua derrota, o prefeito Luiz Paulo Conde renovou os ataques a Maia. "Eu não armo todas as armadilhas para ganhar a guerra", afirmou.
Conde disse que ontem motoristas de vans e kombis, o chamado transporte alternativo, levaram eleitores de graça em todas as regiões da cidade, trabalhando pela campanha de Maia.
Conde afirmou que pretende encaminhar à Câmara Municipal propostas que viabilizem as promessas do adversário, como a anistia de multas de trânsito e a redução do IPTU.
"Eu não podia prometer isso. Considero-me uma pessoa coerente. Agora, só estou pensando em terminar o meu mandato e passar o governo em condições nas quais ele possa governar bem".
O prefeito, que por mais de uma vez repetiu que não é um político profissional, afirmou que se considera "uma liderança forte no Rio" e que ainda não está encerrada sua carreira política.
Quando deixar a prefeitura, Conde pretende reassumir seu cargo de professor na faculdade de arquitetura da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).


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