São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2005

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Benefício leva novos consumidores às compras

DO ENVIADO ESPECIAL A PERNAMBUCO

A entrada de um novo tipo de consumidor no mercado nordestino está mudando a maneira de se fazer negócios e publicidade em vários Estados da região.
A empresária pernambucana Silvana Chaves Gonçalves, por exemplo, aprendeu com um fracasso que as classes C e D podem até ir ao shopping para passear. Mas, na hora de comprar, preferem lojas de rua. Silvana e outros familiares são os bem-sucedidos donos de duas grandes redes de 40 lojas de rua espalhadas pelo Nordeste. Na Moda Mania e Emmanuelle é tudo popular e barato. Mas, segundo ela, os dois últimos anos foram marcados por um forte aumento da concorrência de outras empresas nesse mercado.
Para o empresário Edson Martins, sócio da Mart-Pert, agência de publicidade de Pernambuco, o melhor termômetro do interesse de lojistas pelo público potencialmente beneficiado pelos programas sociais do governo está na demanda por colocar propagandas em traseiras de ônibus. "Nas ruas e na televisão há uma transformação da mídia voltada ao público de baixa renda", afirma.
A rede norte-americana de supermercados Wal Mart, por exemplo, detectou aumento de cerca de 10% na quantidade de itens de cesta-básica vendidos neste ano nas 15 lojas destinadas às classes C e D que tem no Nordeste. A rede incrementou em 8% o sortimento de produtos para atender à maior demanda.
Várias das lojas da rede estão em reforma. A de Jaboatão dos Guararapes, uma das cidades visitadas pela Folha e que tem presença forte do Bolsa-Família (32.415 beneficiados), é uma das que estão sendo ampliadas.
A estimativa é que o mercado nordestino tenha cerca de 51 milhões de consumidores. "Quando a gente constata quão pequena é a renda de algumas famílias, qualquer R$ 10 ou R$ 15 a mais vindos de programas sociais acaba representando 15% a 20% de aumento da renda, o que não é pouco", afirma Ronald Lobato, diretor da Associação Comercial da Bahia.
(FERNANDO CANZIAN)


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