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Benefício leva novos consumidores às compras
DO ENVIADO ESPECIAL A PERNAMBUCO
A entrada de um novo tipo de
consumidor no mercado nordestino está mudando a maneira de
se fazer negócios e publicidade
em vários Estados da região.
A empresária pernambucana
Silvana Chaves Gonçalves, por
exemplo, aprendeu com um fracasso que as classes C e D podem
até ir ao shopping para passear.
Mas, na hora de comprar, preferem lojas de rua. Silvana e outros
familiares são os bem-sucedidos
donos de duas grandes redes de
40 lojas de rua espalhadas pelo
Nordeste. Na Moda Mania e Emmanuelle é tudo popular e barato.
Mas, segundo ela, os dois últimos
anos foram marcados por um forte aumento da concorrência de
outras empresas nesse mercado.
Para o empresário Edson Martins, sócio da Mart-Pert, agência
de publicidade de Pernambuco, o
melhor termômetro do interesse
de lojistas pelo público potencialmente beneficiado pelos programas sociais do governo está na
demanda por colocar propagandas em traseiras de ônibus. "Nas
ruas e na televisão há uma transformação da mídia voltada ao público de baixa renda", afirma.
A rede norte-americana de supermercados Wal Mart, por
exemplo, detectou aumento de
cerca de 10% na quantidade de
itens de cesta-básica vendidos
neste ano nas 15 lojas destinadas
às classes C e D que tem no Nordeste. A rede incrementou em 8%
o sortimento de produtos para
atender à maior demanda.
Várias das lojas da rede estão
em reforma. A de Jaboatão dos
Guararapes, uma das cidades visitadas pela Folha e que tem presença forte do Bolsa-Família
(32.415 beneficiados), é uma das
que estão sendo ampliadas.
A estimativa é que o mercado
nordestino tenha cerca de 51 milhões de consumidores. "Quando
a gente constata quão pequena é a
renda de algumas famílias, qualquer R$ 10 ou R$ 15 a mais vindos
de programas sociais acaba representando 15% a 20% de aumento
da renda, o que não é pouco",
afirma Ronald Lobato, diretor da
Associação Comercial da Bahia.
(FERNANDO CANZIAN)
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