São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2005

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XEQUE-MATE

3 presidentes deixaram cargo, um renunciou a mandato e outro é cassável

Crise abalou cúpula de 5 partidos

DA REDAÇÃO

A renúncia de Eduardo Azeredo à presidência do PSDB em decorrência do uso de caixa dois na sua campanha à reeleição ao governo mineiro em 1998 foi a quarta baixa sofrida por um presidente de partido na esteira do escândalo do "mensalão".
A revelação de que dirigentes partidários receberam dinheiro das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza abalou a cúpula de cinco partidos, que estão entre os sete maiores na Câmara.
Além de Azeredo, deixaram a presidência dos seus partidos o petista José Genoino, após a revelação de que ele foi avalista, ao lado de Valério, de um empréstimo feito ao PT pelo BMG; e Roberto Jefferson, do PTB, que se licenciou da presidência do partido depois de assumir ter recebido R$ 4 milhões de Valério e acabou tendo cassado seu mandato de deputado federal.
Já o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, renunciou ao mandato de deputado para evitar a cassação após assumir ter recebido recursos de Valério; Pedro Corrêa, presidente do PP, pode ser cassado na Câmara. Ele admite ter recebido R$ 700 mil de Valério, segundo ele para pagar despesas com os advogados do deputado pepista Ronivon Santiago (PP-AC).
O professor emérito da UnB (Universidade de Brasília) Vamireh Chacon faz um paralelo entre os resultados da Operação Mãos Limpas na Itália e a queda dos presidentes no Brasil.
"Ou os partidos políticos brasileiros se autopurificam ou terão o mesmo fim que os partidos italianos, pelo mesmo motivo: todos foram autodissolvidos porque nenhum conseguiu mais convencer os eleitores quanto a sua ética e a sua transparência", afirma o cientista político. (MARCIO PINHEIRO)


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