São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2001

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Bloco da oposição decide lançar candidatura de senador pedetista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os partidos de oposição decidiram ontem lançar o nome do senador Jefferson Péres (PDT-AM) como candidato a presidente da Casa. A decisão foi tomada por unanimidade, depois de uma reunião no início da noite de ontem, com a presença de 15 dos 17 senadores da oposição.
A justificativa apresentada pelo bloco é que, com a candidatura própria, a oposição mostra que não há consenso em torno da candidatura de Jader Barbalho (PMDB-PA), mas, ao mesmo tempo, não serve de massa de manobra a seu opositor Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
"Se o PMDB tivesse apresentado um nome de consenso, não teríamos por que lançar candidatura própria", afirmou Péres, que hoje fará no plenário o anúncio oficial de sua candidatura.
Até o final da reunião do PMDB que aprovou a candidatura de Jader, a oposição estava dividida, mas unificou o discurso.
O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) disse que a vitória de Jader no Senado vai apenas mudar as posições entre ACM e o peemedebista, mas não acabará com as discussões públicas entre os dois.
A avaliação de senadores é que a candidatura da oposição tende a favorecer Jader, pois o PFL teria resistência em apoiar um candidato de fora da base. Para Dutra, se houver um candidato de consenso do Senado, a oposição pode retirar a candidatura de Péres.
Ontem ACM reuniu a cúpula pefelista para discutir uma alternativa à candidatura de Jader, mas foi pego de surpresa com a decisão da oposição.

Câmara
Apesar de a tendência da maioria da bancada do PT ser votar em Aécio Neves (PSDB-MG) para presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE) conseguiu adiar a decisão petista com sua "guinada oposicionista".
"Quanto mais a base brigar, maior será a nossa chance de acabar com o rolo compressor do governo, que dita a agenda do Congresso", disse ontem o líder do PT na Câmara, Aloizio Mercadante.
Para ganhar tempo, o PT decidiu realizar reuniões da bancada com os cinco candidatos a presidente da Câmara.
Com 56 deputados, o PT é visto como o fiel da balança. Se optar por Aécio, consolida o favoritismo do tucano. Se escolher Inocêncio, dá chance ao pefelista.
Há divisão no PT, com vantagem para Aécio. O líder petista Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado federal José Dirceu, presidente do partido, são os maiores defensores do tucano.
Lula criticou a oferta de Inocêncio, que propôs dar a 1ª vice-presidência da Câmara ao PT em troca de apoio. "Oferecer cargos por apoio é a melhor forma de não querer nosso apoio", disse.


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