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Bloco da oposição decide lançar candidatura de senador pedetista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os partidos de oposição decidiram ontem lançar o nome do senador Jefferson Péres (PDT-AM)
como candidato a presidente da
Casa. A decisão foi tomada por
unanimidade, depois de uma reunião no início da noite de ontem,
com a presença de 15 dos 17 senadores da oposição.
A justificativa apresentada pelo
bloco é que, com a candidatura
própria, a oposição mostra que
não há consenso em torno da candidatura de Jader Barbalho
(PMDB-PA), mas, ao mesmo
tempo, não serve de massa de manobra a seu opositor Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
"Se o PMDB tivesse apresentado um nome de consenso, não teríamos por que lançar candidatura própria", afirmou Péres, que
hoje fará no plenário o anúncio
oficial de sua candidatura.
Até o final da reunião do PMDB
que aprovou a candidatura de Jader, a oposição estava dividida,
mas unificou o discurso.
O senador José Eduardo Dutra
(PT-SE) disse que a vitória de Jader no Senado vai apenas mudar
as posições entre ACM e o peemedebista, mas não acabará com as
discussões públicas entre os dois.
A avaliação de senadores é que a
candidatura da oposição tende a
favorecer Jader, pois o PFL teria
resistência em apoiar um candidato de fora da base. Para Dutra,
se houver um candidato de consenso do Senado, a oposição pode
retirar a candidatura de Péres.
Ontem ACM reuniu a cúpula
pefelista para discutir uma alternativa à candidatura de Jader,
mas foi pego de surpresa com a
decisão da oposição.
Câmara
Apesar de a tendência da maioria da bancada do PT ser votar em
Aécio Neves (PSDB-MG) para
presidente da Câmara, Inocêncio
Oliveira (PFL-PE) conseguiu
adiar a decisão petista com sua
"guinada oposicionista".
"Quanto mais a base brigar,
maior será a nossa chance de acabar com o rolo compressor do governo, que dita a agenda do Congresso", disse ontem o líder do PT
na Câmara, Aloizio Mercadante.
Para ganhar tempo, o PT decidiu realizar reuniões da bancada
com os cinco candidatos a presidente da Câmara.
Com 56 deputados, o PT é visto
como o fiel da balança. Se optar
por Aécio, consolida o favoritismo do tucano. Se escolher Inocêncio, dá chance ao pefelista.
Há divisão no PT, com vantagem para Aécio. O líder petista
Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado federal José Dirceu, presidente do partido, são os maiores
defensores do tucano.
Lula criticou a oferta de Inocêncio, que propôs dar a 1ª vice-presidência da Câmara ao PT em troca
de apoio. "Oferecer cargos por
apoio é a melhor forma de não
querer nosso apoio", disse.
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