São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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JANIO DE FREITAS
À procura do procurador

A retomada da natural e saudosa vida de cão e gato entre PFL e PMDB, benfazeja ainda que venha a ser efêmera, não impediu, e talvez tenha até facilitado, a convocação do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, para dar as necessárias explicações de comportamentos seus considerados, na opinião de procuradores, prejudiciais ao andamento correto de certos processos e favoráveis a investigados.
Feita com fundamento em notícias publicadas na Folha, como explicitou o requerimento, a convocação se torna, por coincidência, mais um bom ingrediente na nova atmosfera do Senado. O requerente foi o senador peemedebista Pedro Simon, de quem o procurador-geral pode esperar um interrogatório daqueles que viram acontecimento no Congresso; Brindeiro, sugestão do vice Marco Maciel a Fernando Henrique Cardoso, é visto como pefelista enrustido.
As restrições ao comportamento de Brindeiro estão postas até em documento, pelos procuradores Raquel Branquinho e Arthur Gueiros.

Compra e venda

Apontado por uma CPI como autor de ilegalidades graves, inclusive com uso de violência, o senador Ernandes Amorim volta a encontrar motivos para ser notado. De uma parte, pelo dossiê que o advogado Carlos Botelho entregou à OAB, incluindo acusações ao senador pela mulher.
De outra parte, Ernandes Amorim se confessa objeto de uma operação espantosa. O seu voto em favor de uma figura polêmica, Tereza Grossi, para diretora do Banco Central, foi comprado pelo presidente do B, Armínio Fraga. Valor: fim da intervenção no Banco de Rondônia e de uma dívida de R$ 600 milhões desse banco.
A inesperável adesão de Armínio Fraga ao método "é dando que se recebe" leva-o à seguinte situação: ou não cumpre o acordo, o que será um acréscimo de indignidade a um negócio já indigno, ou cumpre e dá as provas de que reduziu responsabilidades do Banco Central a moeda de transações imorais e ilegais.

Insalubridade

Não fosse nesse governo, não se acreditaria na divergência dada como retardadora do Orçamento. Por erro (reconhecido) do Ministério do Planejamento, a verba orçamentária para o SUS foi surripiada em muitas centenas de milhões. Começou aí uma batalha de José Serra, para correção das verbas da Saúde, que encontrou, do outro lado, a resistência governamental conduzida pelo ministro do Planejamento, Martus Tavares, responsável pelo erro.
A solução que está pintando para hoje, na Comissão de Orçamento, não é a que mais convém à Saúde nem à saúde.


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