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JANIO DE FREITAS
À procura do procurador
A retomada da natural e saudosa vida de cão e gato entre PFL e
PMDB, benfazeja ainda que venha a ser efêmera, não impediu, e
talvez tenha até facilitado, a convocação do procurador-geral da
República, Geraldo Brindeiro, para dar as necessárias explicações
de comportamentos seus considerados, na opinião de procuradores, prejudiciais ao andamento
correto de certos processos e favoráveis a investigados.
Feita com fundamento em notícias publicadas na Folha, como
explicitou o requerimento, a convocação se torna, por coincidência, mais um bom ingrediente na
nova atmosfera do Senado. O requerente foi o senador peemedebista Pedro Simon, de quem o
procurador-geral pode esperar
um interrogatório daqueles que
viram acontecimento no Congresso; Brindeiro, sugestão do vice
Marco Maciel a Fernando Henrique Cardoso, é visto como pefelista enrustido.
As restrições ao comportamento
de Brindeiro estão postas até em
documento, pelos procuradores
Raquel Branquinho e Arthur
Gueiros.
Compra e venda
Apontado por uma CPI como
autor de ilegalidades graves, inclusive com uso de violência, o senador Ernandes Amorim volta a
encontrar motivos para ser notado. De uma parte, pelo dossiê que
o advogado Carlos Botelho entregou à OAB, incluindo acusações
ao senador pela mulher.
De outra parte, Ernandes Amorim se confessa objeto de uma
operação espantosa. O seu voto
em favor de uma figura polêmica, Tereza Grossi, para diretora
do Banco Central, foi comprado
pelo presidente do B, Armínio
Fraga. Valor: fim da intervenção
no Banco de Rondônia e de uma
dívida de R$ 600 milhões desse
banco.
A inesperável adesão de Armínio Fraga ao método "é dando
que se recebe" leva-o à seguinte
situação: ou não cumpre o acordo, o que será um acréscimo de
indignidade a um negócio já indigno, ou cumpre e dá as provas
de que reduziu responsabilidades
do Banco Central a moeda de
transações imorais e ilegais.
Insalubridade
Não fosse nesse governo, não se
acreditaria na divergência dada
como retardadora do Orçamento. Por erro (reconhecido) do Ministério do Planejamento, a verba orçamentária para o SUS foi
surripiada em muitas centenas
de milhões. Começou aí uma batalha de José Serra, para correção
das verbas da Saúde, que encontrou, do outro lado, a resistência
governamental conduzida pelo
ministro do Planejamento, Martus Tavares, responsável pelo erro.
A solução que está pintando
para hoje, na Comissão de Orçamento, não é a que mais convém
à Saúde nem à saúde.
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