São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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PAS
Ex-primeira-dama quer ser colocada diante do secretário Pagura na comissão que investiga medicamentos
Nicéa se oferece para acareação em CPI

free-lance para Folha


A ex-primeira-dama de São Paulo Nicéa Pitta se ofereceu para participar de uma acareação, na CPI dos Medicamentos, com o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Jorge Pagura, e outras pessoas a quem ela acusou de participar do suposto esquema de corrupção no PAS (Plano de Atendimento à Saúde).
O chefe de gabinete de Pagura, Cesar Castanho, o diretor do módulo do PAS no Campo Limpo, Vicente Delamanha, e o ex-interventor do módulo no Tatuapé José Nilson Giusti também estariam presentes na acareação.
Todos eles depuseram na CPI na última terça-feira, depois do depoimento de Nicéa.
A ex-primeira-dama telefonou, ontem de manhã, para o presidente da comissão, Nelson Marchezan (PSDB-RS), e propôs a acareação.
Marchezan não descartou a realização do encontro, mas adiantou que não vê razão para que ele seja feito agora. "Queremos checar dados (da secretaria e de Nicéa) e acareação, neste momento, não vai dirimir dúvidas", avaliou.
Nicéa telefonou também para Arlindo Chinaglia (PT-SP) e sugeriu o encontro. O deputado disse a ela que é contra, porque "ela vai acusar e eles vão negar".
Segundo Chinaglia, "a CPI não vai conseguir nada com isso, será improdutiva".
Anteontem, a CPI recebeu de Nicéa uma fita com a gravação de um telefonema dela para um empresário que, segundo a ex-primeira-dama, confirmaria irregularidades na compra de medicamentos do PAS.
A transcrição da fita, no entanto, decepcionou membros da comissão, já que a conversa não traz revelações.

Acusações
Durante seu depoimento, Nicéa afirmou que existe no PAS um esquema de compra de medicamentos a preços superfaturados que foi usado para arrecadar dinheiro para as campanhas eleitorais do ex-prefeito Paulo Maluf e do atual prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PTN).
Ela disse que Pagura lideraria o esquema, com a colaboração de Castanho, seu concunhado. Delamanha, segundo a ex-primeira-dama, denunciou a ela o caso.
Pagura e Castanho negaram as acusações ao depor na CPI. Já Delamanha disse não ter feito nenhuma denúncia a Nicéa.
Segundo Pagura, as acusações da ex-primeira-dama se devem a "problemas de ordem pessoal" que levaram a uma "raiva desmedida" contra o prefeito Celso Pitta e a administração municipal.
O secretário também se eximiu de responsabilidade em supostos superfaturamentos.


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