ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília

O Ministério Público do TCU (Tribunal de Contas da União) pediu que o senador Romero Jucá (PSDB-RR), vice-líder do governo, seja convocado a depor em processo que apura desvio de R$ 300 mil destinados em 1992 pelo extinto Ministério da Ação Social à Fundação Roraima.
Romero Jucá é relator do pedido de rolagem da dívida da Prefeitura de São Paulo na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal.
Ele é acusado de ter usado recursos públicos para equipar a fundação, que é a própria TV Caburaí, afiliada da Rede Bandeirantes em Boa Vista (RR).
Sete meses depois de ter deixado o governo do Estado em 1990, Jucá se tornou sócio da fundação, segundo documentos levantados pelo Ministério Público Federal em Roraima.
Na semana passada, o ministro do TCU Marcos Vilaça desistiu de ser relator do processo por "motivo de foro íntimo", mas não disse qual seria essa razão.
Novo relator será designado até a próxima semana para analisar novamente o processo, que já se arrasta há quase oito anos.
O novo relator decidirá se convoca o senador para prestar esclarecimentos ou se rejeita o pedido do Ministério Público. Se for julgado e condenado, o senador ficará inelegível e poderá responder a ações penais.

Outro lado
A assessoria de Jucá disse que ele somente irá se manifestar sobre as acusações quando o processo for julgado pelo TCU.
Segundo a assessoria, as denúncias estão sendo difundidas por seus adversários políticos do PPB.
O senador não respondeu aos telefonemas que a Folha vem fazendo desde o início de março.
"Acho que faz dois anos que o senador não é mais sócio da emissora e da fundação", disse a diretora-geral da TV Caburaí, Regina Mallmam, que é também presidente da Fundação Roraima.


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