São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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Vicentinho critica presidente e o compara a um "anestesista"

da Sucursal de Brasília

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, forçou ontem um encontro das centrais sindicais com o presidente Fernando Henrique Cardoso para que os sindicalistas criticassem o salário mínimo de R$ 151, proposto pelo governo.
Depois do encontro com FHC, no Palácio do Planalto, Vicentinho fez críticas ao presidente.
"Ele (FHC) se manteve intransigente, não mudou sua opinião, disse que vetaria se o Congresso aprovasse um valor maior do que R$ 151", disse o sindicalista

Agenda
O sindicalista da CUT conseguiu acertar o encontro com o presidente da República quando participava de uma cerimônia sobre capacitação profissional no Palácio do Planalto.
No momento em que ele assinou um convênio de cooperação entre a central sindical e o governo sobre o tema e cumprimentou o presidente, o sindicalista cobrou a reunião.
"Ele (FHC) falou que estava com dificuldade de agenda, mas acabou concordando em ter a audiência depois da cerimônia", disse.
Além do presidente da Central Única dos Trabalhadores, estiveram no encontro com FHC os presidentes da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, e da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores ), Canindé Pegado.

Pessoa envolvente
"O presidente (FHC) é uma pessoa envolvente. É como anestesista, ele vai conversando e enfiando a faca", afirmou Vicentinho, depois do encontro.
Canindé Pegado disse que eles chegaram a comentar com o presidente sobre a proposta do PFL de aumento do salário mínimo para R$ 177 em janeiro do ano que vem.
"O presidente afirmou que tem de mostrar a fonte financeira."
"É inconcebível aceitar que um trabalhador tenha um reajuste de R$ 0,50 por dia. O salário mínimo é fundamental e fortalecedor do mercado interno", afirmou Vicentinho.
Ele discordou da proposta do PFL para o aumento em janeiro. "Para nós, R$ 170 é agora", disse Vicentinho
O sindicalista afirmou que tem dúvidas se os pefelistas vão rachar com o governo por causa do tema.
"A história do PFL não é essa, entretanto é um ano eleitoral e eles têm outros interesses. Se o PFL estiver conosco nessa luta, ótimo", acrescentou.


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