São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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Para ACM, salário mínimo derruba popularidade de FHC

da Sucursal de Brasília

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), transformou uma audiência concedida a representantes da Força Sindical e da CGT (Central Geral de Trabalhadores) em reunião de sindicalistas para reivindicar aumento salarial.
ACM disse que a popularidade do presidente Fernando Henrique Cardoso está comprometida por causa do salário mínimo de R$ 151. "Estou querendo que o presidente Fernando Henrique seja popular e ele jamais será popular enquanto não melhorar o salário mínimo. Fazer obra não resolve", afirmou ACM.
Elevando a voz e se dirigindo aos jornalistas que assistiam ao encontro, disse: "Não estou traindo o presidente Fernando Henrique com esta reunião. Estou ajudando o presidente".
Estimulado pelos representantes sindicais, ACM zombou do presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), com quem travou duelo verbal no plenário, no dia anterior. ACM disse que Jader defende o salário mínimo fixado pelo governo porque "não sabe o que é trabalhar para ganhar dinheiro" e nunca teve carteira de trabalho assinada.
Todos riram quando o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, sugeriu que Jader abrisse mão de seu patrimônio por dois meses, para trabalhar em troca de salário mínimo. O presidente do PMDB não foi encontrado para comentar o assunto.
ACM afirmou que a "tática" do PSDB e do PMDB será adiar a votação da MP (medida provisória) do salário mínimo para que ela não seja aprovada, assim como ocorreu com as MPs do mínimo desde 1996. E conclamou os sindicalistas a se mobilizar para pressionar o Congresso a votar.
"Eles vão tentar protelar e eu não vou deixar. Essa é uma batalha obrigatória: forçar o Congresso a votar a MP", afirmou. O presidente do Senado disse que o PFL, com os partidos de oposição, tem chance de aprovar um mínimo mais alto. Afirmou que parlamentares dos demais partidos governistas podem aderir.
ACM disse que, por outro lado, há os parlamentares que "ficam intimidados" com o risco de perder cargos no governo. "Por mim, eu já disse ontem. Tenho ministros competentes, mas vou manter minhas posições. Se quiser demitir, que demita".
Francisco Pereira de Souza Filho, do Sindicato dos Padeiros de São Paulo, disse que os trabalhadores têm de "aproveitar" esse momento em que ACM defende interesses dos mais pobres, "até porque não sabemos até onde isso vai". (RAQUEL ULHÔA)


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