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Para ACM, salário mínimo derruba popularidade de FHC
da Sucursal de Brasília
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
transformou uma audiência concedida a representantes da Força
Sindical e da CGT (Central Geral
de Trabalhadores) em reunião de
sindicalistas para reivindicar aumento salarial.
ACM disse que a popularidade
do presidente Fernando Henrique Cardoso está comprometida
por causa do salário mínimo de
R$ 151. "Estou querendo que o
presidente Fernando Henrique
seja popular e ele jamais será popular enquanto não melhorar o
salário mínimo. Fazer obra não
resolve", afirmou ACM.
Elevando a voz e se dirigindo
aos jornalistas que assistiam ao
encontro, disse: "Não estou traindo o presidente Fernando Henrique com esta reunião. Estou ajudando o presidente".
Estimulado pelos representantes sindicais, ACM zombou do
presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), com quem
travou duelo verbal no plenário,
no dia anterior. ACM disse que
Jader defende o salário mínimo fixado pelo governo porque "não
sabe o que é trabalhar para ganhar dinheiro" e nunca teve carteira de trabalho assinada.
Todos riram quando o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, sugeriu que Jader
abrisse mão de seu patrimônio
por dois meses, para trabalhar em
troca de salário mínimo. O presidente do PMDB não foi encontrado para comentar o assunto.
ACM afirmou que a "tática" do
PSDB e do PMDB será adiar a votação da MP (medida provisória)
do salário mínimo para que ela
não seja aprovada, assim como
ocorreu com as MPs do mínimo
desde 1996. E conclamou os sindicalistas a se mobilizar para pressionar o Congresso a votar.
"Eles vão tentar protelar e eu
não vou deixar. Essa é uma batalha obrigatória: forçar o Congresso a votar a MP", afirmou. O presidente do Senado disse que o
PFL, com os partidos de oposição,
tem chance de aprovar um mínimo mais alto. Afirmou que parlamentares dos demais partidos governistas podem aderir.
ACM disse que, por outro lado,
há os parlamentares que "ficam
intimidados" com o risco de perder cargos no governo. "Por mim,
eu já disse ontem. Tenho ministros competentes, mas vou manter minhas posições. Se quiser demitir, que demita".
Francisco Pereira de Souza Filho, do Sindicato dos Padeiros de
São Paulo, disse que os trabalhadores têm de "aproveitar" esse
momento em que ACM defende
interesses dos mais pobres, "até
porque não sabemos até onde isso vai".
(RAQUEL ULHÔA)
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