ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió

O soldado da Polícia Militar de Alagoas Josemar Faustino dos Santos, único ex-segurança do empresário Paulo César Farias demitido após as mortes do patrão e de sua namorada, Suzana Marcolino, disse ontem à Justiça que sofreu ameaças de morte em junho e julho do ano passado.
O depoimento foi prestado ao juiz Alberto Jorge Correia de Barros Lima, responsável pelo processo em que Santos e outros sete ex-funcionários de PC são acusados pelo Ministério Público de co-autores das mortes do empresário e Suzana, ocorridas em 1996.
Santos disse receber telefonemas de alguém que o avisava para "ter cuidado" para não morrer.
O período das ligações (junho e julho de 1999) é considerado um doa mais críticos das novas investigações policiais, que concluiram ser uma "farsa" a tese de crime passional, defendida pelo legista Fortunato Badan Palhares.
Santos disse ao juiz que foi demitido dois dias após as mortes. O promotor considerou "grave" a afirmação do soldado de que ele foi escalado para fazer a guarda de PC pela primeira vez justamente na manhã em que os corpos foram encontrados. Até então, ele fazia segurança dos filhos de PC.
Os outros acusados também foram interrogados ontem. Todos negaram participação nas mortes.


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