São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2004

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Inteligência acompanha manifestações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Setores de inteligência do governo acompanham manifestações e greves previstas para hoje e para abril como "atos normais da democracia" e os definem como de "baixo grau de preocupação".
Esses setores registram, por exemplo, ato da ONG Ternuma (Terrorismo Nunca Mais), hoje, na Esplanada dos Ministérios. O Ternuma é tido pelos serviços de inteligência como remanescente do que chamam de direita militar.
Curiosamente, o site do próprio Ternuma não se refere a ato hoje, dia em que o golpe militar de 1964 completa 40 anos. Segundo o site, só há dois atos previstos até domingo. Um, hoje, para comemorar o 31 de março no Clube Militar do Rio, reúne militares da reserva inconformados com os baixos soldos desde o governo anterior.
O outro está marcado para o domingo, durante a troca da bandeira na Esplanada dos Ministérios. Essa solenidade, pelo sistema de rodízio entre as Forças, será comandada pela Marinha. Um grupo liderado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PTB-RJ) está convocando mulheres e parentes de militares da ativa para participar do ato -apresentado como panelaço- para pedir aumentos.
Setores da inteligência do governo dizem que esses eventos são "naturais" e acompanhados "à distância", como em outros casos. Exemplos: a greve da Polícia Federal e a ameaça de um "abril vermelho" feita pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), que já comanda perto de 20 invasões em todo o país.
O papel dos órgãos de inteligência é, basicamente, acompanhar as manifestações. Como afirmou, sob anonimato, um responsável pela área, o importante é a ordem ser mantida. Se não for, instâncias superiores são acionadas.


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