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PFL admite negociar
volta ao governo Covas
CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local
O PFL paulista quer jogar com a
necessidade de o governador Mário Covas (PSDB) criar logo um
fato político que reverta o favoritismo de Paulo Maluf (PPB) na sucessão estadual. Por isso, embora
tenham praticamente fechado um
acordo eleitoral com o pepebista,
os pefelistas esperam ganhar vagas
no secretariado de Covas.
"Não temos nada contra voltar
ao secretariado, mas isso é complexo se vier com vinculação futura", afirmou o presidente estadual
do PFL, Cláudio Lembo, referindo-se a uma eventual troca de cadeiras no secretariado por uma
coligação em outubro.
Maluf já ofereceu ao PFL as vagas de vice e de senador em sua
chapa. O que está em jogo, mais
do que o pequeno poder eleitoral
do PFL paulista, é o grande espaço
que o partido terá no horário gratuito de TV.
"Estamos aguardando um posicionamento do PSDB e o diálogo
deve existir", disse Lembo sobre
os repetidos acenos de Covas em
direção ao PFL, mas que nunca se
concretizam em forma de convite
para a divisão de uma parcela do
poder.
Covas manteve pefelistas em seu
primeiro escalão até que, em 96, o
PFL decidiu apoiar Celso Pitta
(PPB) na eleição paulistana. Na
ocasião, o governador demitiu os
secretários do partido, mas manteve alguns indicados por deputados estaduais pefelistas em cargos
do segundo escalão.
É na bancada estadual do PFL
que o PSDB aposta para tirar de
Maluf o tempo de TV que ambos
disputam. Na reunião de ontem da
Executiva do PFL de São Paulo,
discutiu-se o assédio tucano.
A maioria do PFL já optou por
uma coligação com Maluf. Além
da mesma origem partidária, conta a favor de Maluf o tradicional
pragmatismo do PFL, que aposta
na manutenção do atual favoritismo do pré-candidato do PPB.
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