São Paulo, terça, 31 de março de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PFL admite negociar volta ao governo Covas

CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local

O PFL paulista quer jogar com a necessidade de o governador Mário Covas (PSDB) criar logo um fato político que reverta o favoritismo de Paulo Maluf (PPB) na sucessão estadual. Por isso, embora tenham praticamente fechado um acordo eleitoral com o pepebista, os pefelistas esperam ganhar vagas no secretariado de Covas.
"Não temos nada contra voltar ao secretariado, mas isso é complexo se vier com vinculação futura", afirmou o presidente estadual do PFL, Cláudio Lembo, referindo-se a uma eventual troca de cadeiras no secretariado por uma coligação em outubro.
Maluf já ofereceu ao PFL as vagas de vice e de senador em sua chapa. O que está em jogo, mais do que o pequeno poder eleitoral do PFL paulista, é o grande espaço que o partido terá no horário gratuito de TV.
"Estamos aguardando um posicionamento do PSDB e o diálogo deve existir", disse Lembo sobre os repetidos acenos de Covas em direção ao PFL, mas que nunca se concretizam em forma de convite para a divisão de uma parcela do poder.
Covas manteve pefelistas em seu primeiro escalão até que, em 96, o PFL decidiu apoiar Celso Pitta (PPB) na eleição paulistana. Na ocasião, o governador demitiu os secretários do partido, mas manteve alguns indicados por deputados estaduais pefelistas em cargos do segundo escalão.
É na bancada estadual do PFL que o PSDB aposta para tirar de Maluf o tempo de TV que ambos disputam. Na reunião de ontem da Executiva do PFL de São Paulo, discutiu-se o assédio tucano.
A maioria do PFL já optou por uma coligação com Maluf. Além da mesma origem partidária, conta a favor de Maluf o tradicional pragmatismo do PFL, que aposta na manutenção do atual favoritismo do pré-candidato do PPB.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.