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ESTADOS
Discussão sobre federalização do débito do Rio gera a prorrogação
Governo amplia prazo para
negociar dívidas estaduais
da Sucursal de Brasília
Um impasse nas negociações
com o Rio de Janeiro fez o governo
adiar o prazo final dado aos Estados para adesão ao programa de
federalização de suas dívidas, pelo
qual os governadores se comprometem a ajustar suas contas e privatizar estatais.
O prazo, que venceria ontem, foi
prorrogado por mais 90 dias, beneficiando também os Estados de
Alagoas, do Rio Grande do Sul e
do Acre (os dois últimos terão só
15 dias a mais). Apenas Amapá,
Tocantins e Distrito Federal devem ficar de fora do programa.
O Rio de Janeiro, porém, é o Estado que tem mais a ganhar com o
adiamento. O governador Marcello Alencar (PSDB) alega não ter dinheiro para pagar R$ 700 milhões
à vista -10% de sua dívida- e
quer comprometer menos de 13%
da receita com o pagamento do
restante à União.
De uma maneira geral, essas
condições foram impostas pelo
Ministério da Fazenda aos demais
Estados. Boa parte dos governadores aceitou pagar 20% da dívida à
vista.
O ministro-interino da Fazenda,
Pedro Parente, disse que "a posição atual é de diferença entre o Rio
de Janeiro e o governo federal".
Há duas semanas, o secretário
do Tesouro Nacional, Eduardo
Guimarães, disse que o prazo aos
Estados não seria adiado. Ontem,
ele disse que "prazo não quer dizer nada".
"Não nos interessa deixar uma
parcela importante da dívida mobiliária (em títulos) sem solução,
como é o caso do Rio de Janeiro",
reforçou Parente. No caso do Rio
de Janeiro, a dívida é de R$ 7 bilhões.
Parente afirmou que o governo
não pretende reduzir o percentual
da receita que o Rio de Janeiro deverá usar para pagar mensalmente
por 30 anos a dívida renegociada.
Hoje, esse percentual é de 12,5% e
irá passar depois para 13%. "Não
podemos abrir mão desse limite",
disse ele.
Com relação à parcela que deveria ser paga de imediato, o governo do Rio alega que não tem bens
que possam ser transferidos para o
Tesouro Nacional.
Parente disse que essa questão
pode ser resolvida de outra forma.
Segundo ele, o Estado poderia pagar esse valor parceladamente em
dinheiro, desde que esse pagamento seja feito num prazo não
muito longo.
Subsídio
Até agora, o Ministério da Fazenda assinou contratos de renegociação de dívida com 17 Estados. Os dois últimos contratos foram assinados ontem à tarde com
os governadores do Mato Grosso
do Sul, Wilson Martins (PMDB), e
do Pará, Almir Gabriel (PSDB).
A renegociação das dívidas dos
Estados é uma das principais medidas do governo federal para tentar controlar os gastos dos Estados. A primeiras negociações começaram no final de 1995. Depois
de assinados, os contratos precisam ser aprovados pelo Senado
Federal -quatro foram aprovados até agora.
Nos acordos que assinam com a
União, os Estados recebem subsídios. No caso de São Paulo, por
exemplo, o governo federal concedeu um subsídio imediato de R$
5,4 bilhões, resultado da diferença
entre a dívida assumida e a que será paga pelo Estado.
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