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FHC acha acusações 'fracas' e não vai responder
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu não responder, direta ou indiretamente, às acusações feitas por ACM
porque as considerou fracas.
Na avaliação de FHC, o ex-senador não acrescentou nenhuma novidade em suas acusações e não fez um discurso que
preocupou politicamente.
A Folha apurou que o que
mais incomodou o presidente
foram as previsões de que o governo poderá fracassar na economia devido ao impacto disso
nos agentes econômicos e na
opinião pública. Segundo um
interlocutor, FHC usou a palavra "irresponsabilidade" para
se referir à avaliação de que a
inflação poderá voltar.
FHC assistiu ao discurso no
Palácio da Alvorada, onde mora, ao lado dos ministros Pedro
Malan (Fazenda), Andrea Matarazzo (Comunicação de Governo), Aloysio Nunes Ferreira
(Secretaria Geral) e Martus Tavares (Planejamento).
O ministro Aloysio estava
preparado desde anteontem
para responder a ACM, caso
houvesse um ataque considerado grave pelo governo.
Depois de assistir ao discurso, FHC comentou com os ministros que não via necessidade
de resposta. Seria amplificar a
repercussão de um fato que o
governo achou menos grave do
que o esperado. Decidiu-se, então, que apenas os parlamentares tucanos e o líder do governo
no Congresso, Arthur Virgílio
(AM), fariam comentários.
Ontem à tarde, uma hora e
meia após o término do discurso de renúncia, o porta-voz da
Presidência, Georges Lamazière, disse que o presidente não
teria "nada a comentar" sobre
as afirmações feitas por ACM
no plenário do Senado.
Após a renúncia, Virgílio disse que, "formalmente, ACM fez
um bom discurso". Mas discordou do "conteúdo".
Para o líder do governo no
Congresso, o ex-senador foi
"vago" ao insinuar que houve
corrupção nas privatizações
comandadas por FHC. "Que
ACM aponte quem roubou e
traga provas. A Polícia Federal
fecha as fronteiras e prende de
acordo com a lei", afirmou.
De acordo com o líder do governo, ACM fez "pedidos impossíveis", como afirmar que o
juiz aposentado Nicolau dos
Santos Neto seria solto em breve, enquanto ele era forçado a
renunciar para evitar a cassação do mandato. "O governo
não manda prender ou soltar.
Isso cabe à Justiça."
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