São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2001

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FHC acha acusações 'fracas' e não vai responder

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu não responder, direta ou indiretamente, às acusações feitas por ACM porque as considerou fracas.
Na avaliação de FHC, o ex-senador não acrescentou nenhuma novidade em suas acusações e não fez um discurso que preocupou politicamente.
A Folha apurou que o que mais incomodou o presidente foram as previsões de que o governo poderá fracassar na economia devido ao impacto disso nos agentes econômicos e na opinião pública. Segundo um interlocutor, FHC usou a palavra "irresponsabilidade" para se referir à avaliação de que a inflação poderá voltar.
FHC assistiu ao discurso no Palácio da Alvorada, onde mora, ao lado dos ministros Pedro Malan (Fazenda), Andrea Matarazzo (Comunicação de Governo), Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral) e Martus Tavares (Planejamento).
O ministro Aloysio estava preparado desde anteontem para responder a ACM, caso houvesse um ataque considerado grave pelo governo.
Depois de assistir ao discurso, FHC comentou com os ministros que não via necessidade de resposta. Seria amplificar a repercussão de um fato que o governo achou menos grave do que o esperado. Decidiu-se, então, que apenas os parlamentares tucanos e o líder do governo no Congresso, Arthur Virgílio (AM), fariam comentários.
Ontem à tarde, uma hora e meia após o término do discurso de renúncia, o porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, disse que o presidente não teria "nada a comentar" sobre as afirmações feitas por ACM no plenário do Senado.
Após a renúncia, Virgílio disse que, "formalmente, ACM fez um bom discurso". Mas discordou do "conteúdo".
Para o líder do governo no Congresso, o ex-senador foi "vago" ao insinuar que houve corrupção nas privatizações comandadas por FHC. "Que ACM aponte quem roubou e traga provas. A Polícia Federal fecha as fronteiras e prende de acordo com a lei", afirmou.
De acordo com o líder do governo, ACM fez "pedidos impossíveis", como afirmar que o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto seria solto em breve, enquanto ele era forçado a renunciar para evitar a cassação do mandato. "O governo não manda prender ou soltar. Isso cabe à Justiça."


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