São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2001

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STF

Cerimonial do tribunal planeja evitar que ele se sente próximo a FHC na cerimônia em que seu primo assume o Supremo

Collor pode ir à posse como ex-presidente

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Se comparecer hoje à posse do primo Marco Aurélio de Mello na presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), Fernando Collor participará da cerimônia como ex-presidente da República e não como parente e se encontrará com o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco.
Pela primeira vez em uma posse no STF, Collor poderá se sentar na ala destinada às principais autoridades, porque foi convidado na condição de ex-presidente, mas não deverá ficar próximo a FHC e Itamar. Até o final da tarde de ontem, não havia confirmação oficial de sua presença.
Para evitar constrangimentos, o cerimonial do STF planejou a ocupação das cadeiras mais próximas às dos próprios ministros do tribunal de forma que Collor se sente entre ministros aposentados e que Itamar e FHC também fiquem distantes entre si.
Na mesma ala, reservada às principais autoridades, também deverão estar os presidentes do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), e da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG).
Foram convidadas 3.000 pessoas, entre ministros de Estado, governadores, juízes, advogados, parentes e amigos. À noite, ele será homenageado por um jantar promovido pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) com mil pessoas.

Parente
Há dois anos, Marco Aurélio chegou a convidar o primo para a sua posse na vice-presidência e de Carlos Velloso na presidência do STF, mas o tribunal decidiu que ele se sentaria no setor destinado aos parentes dos ministros. Collor não participou da cerimônia.
Desde dezembro último, oito anos após renunciar ao Planalto no desfecho do processo de impeachment, Collor está livre da sanção imposta pelo Senado, o impedimento para disputar cargos públicos.
Considerado o mais polêmico dos ministros do Supremo em razão de decisões judiciais, Marco Aurélio assumirá a presidência do Supremo com o desafio de reduzir as resistências a ele no Palácio do Planalto e até mesmo entre os próprios colegas.
Recentemente, 7 dos 11 ministros aprovaram limitação no seu poder de contratar e demitir servidores que ocupam cargos de confiança. Ele havia anunciado que dispensaria os aposentados que ocupam essas funções.
Marco Aurélio substituirá Velloso e exercerá a função por dois anos, período que coincidirá com o fim do mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.


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