São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2001

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NORDESTE

Governadores demandam soluções tradicionais

Estados atingidos pela seca pedem medidas paliativas a Jungmann

ERILENE ARAÚJO
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AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Apesar de os governadores nordestinos terem dito que querem soluções permanentes para os problemas causados pela estiagem, a proposta conjunta que será entregue ao "ministro da seca", Raul Jungmann, não traz inovações em relação aos tradicionais paliativos apresentados em crises semelhantes.
Segundo o documento, os Estados atingidos pela seca querem que o "ministério da seca" leve água para os municípios prejudicados pela estiagem e dê cestas básicas aos flagelados.
O plano será entregue a Jungmann pelos governadores nordestinos, hoje, às 11h, na sede do governo de Pernambuco.
Os Estados atingidos pela seca também vão solicitar a ampliação de pontos de captação de água em adutoras já existentes, o aumento da rede de dessalinizadores, o pagamento de um salário mínimo para os trabalhadores rurais, a antecipação do 13º salário, a liberação dos processos de aposentadorias represados e a garantia de ração para o rebanho.
"Também vamos pedir que o governo federal priorize o Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e o Bolsa-Escola para as famílias atingidas", afirmou o secretário de Agricultura do Rio Grande do Norte, Nélio Dias, um dos que elaboraram o documento.

Empréstimos
Mais: os Estados vão propor a prorrogação das datas de vencimento dos empréstimos, a anistia das dívidas dos créditos contraídos pelos agricultores, a criação de uma linha emergencial de crédito para investimento e custeio em negócios não-agrícolas.
Além disso, vão sugerir a suspensão de todos os descontos efetuados no FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e repassados aos municípios em estado de calamidade pública e, ainda, a agilização dos convênios relacionados com obras e serviços nas áreas afetadas pela seca.
A proposta que será entregue a Jungmann não é diferente das que já foram entregues a outras pessoas que coordenaram os programas de combate aos efeitos da seca, segundo Mário Jorge de Carvalho Lima, coordenador regional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional.
"As ações solicitadas não resolvem o problema, pois são apenas paliativos. Os governos estaduais querem cesta para matar a fome, água para matar a sede e um pouco de dinheiro para que os flagelados sobrevivam no período de estiagem", disse.

Apagão
Os governadores vão solicitar a exclusão do racionamento energético nos municípios em estado de calamidade pública.
Os nordestinos querem, ainda, a modificação do período de referência de maio, junho e julho para outubro, novembro e dezembro do mesmo ano, período em que ocorre o pico da demanda de energia na agricultura irrigada.


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