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NORDESTE
Governadores demandam soluções tradicionais
Estados atingidos pela seca pedem medidas paliativas a Jungmann
ERILENE ARAÚJO
FREE-LANCE PARA
AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Apesar de os governadores nordestinos terem dito que querem
soluções permanentes para os
problemas causados pela estiagem, a proposta conjunta que será entregue ao "ministro da seca",
Raul Jungmann, não traz inovações em relação aos tradicionais
paliativos apresentados em crises
semelhantes.
Segundo o documento, os Estados atingidos pela seca querem
que o "ministério da seca" leve
água para os municípios prejudicados pela estiagem e dê cestas
básicas aos flagelados.
O plano será entregue a Jungmann pelos governadores nordestinos, hoje, às 11h, na sede do
governo de Pernambuco.
Os Estados atingidos pela seca
também vão solicitar a ampliação
de pontos de captação de água em
adutoras já existentes, o aumento
da rede de dessalinizadores, o pagamento de um salário mínimo
para os trabalhadores rurais, a antecipação do 13º salário, a liberação dos processos de aposentadorias represados e a garantia de ração para o rebanho.
"Também vamos pedir que o
governo federal priorize o Peti
(Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil) e o Bolsa-Escola para as famílias atingidas", afirmou o secretário de Agricultura
do Rio Grande do Norte, Nélio
Dias, um dos que elaboraram o
documento.
Empréstimos
Mais: os Estados vão propor a
prorrogação das datas de vencimento dos empréstimos, a anistia
das dívidas dos créditos contraídos pelos agricultores, a criação
de uma linha emergencial de crédito para investimento e custeio
em negócios não-agrícolas.
Além disso, vão sugerir a suspensão de todos os descontos efetuados no FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e repassados aos municípios em estado
de calamidade pública e, ainda, a
agilização dos convênios relacionados com obras e serviços nas
áreas afetadas pela seca.
A proposta que será entregue a
Jungmann não é diferente das que
já foram entregues a outras pessoas que coordenaram os programas de combate aos efeitos da seca, segundo Mário Jorge de Carvalho Lima, coordenador regional de Defesa Civil do Ministério
da Integração Nacional.
"As ações solicitadas não resolvem o problema, pois são apenas
paliativos. Os governos estaduais
querem cesta para matar a fome,
água para matar a sede e um pouco de dinheiro para que os flagelados sobrevivam no período de estiagem", disse.
Apagão
Os governadores vão solicitar a
exclusão do racionamento energético nos municípios em estado
de calamidade pública.
Os nordestinos querem, ainda,
a modificação do período de referência de maio, junho e julho para
outubro, novembro e dezembro
do mesmo ano, período em que
ocorre o pico da demanda de
energia na agricultura irrigada.
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