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NO AR
Agora, o Brasil?
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
- Primeiro, a Argentina.
Agora, o Brasil?
Foi o título, segundo a Globo,
do mais recente relatório do
banco de investimentos Morgan
Stanley. Ainda segundo a Globo, "a análise aumentou o pessimismo do mercado".
Não aumentou o pessimismo
-da mesma maneira que dias
atrás, também na Globo, a queda do PIB no primeiro trimestre
foi inesperadamente comemorada, não lamentada.
Foi o que se ouviu em comentário no Bom Dia Brasil. Primeiro, a afirmação:
- A economia não está em
recessão.
Depois, o inesperado:
- Estamos em uma situação
esquisita de comemorar número negativo, só porque ele não é
tão negativo.
Situação esquisita, de fato.
Mas é tempo de festa, ou melhor, de "paz e alegria", na expressão da Globo para a véspera
da Copa do Mundo. É tempo de
achar tudo bom, da escalação
ao ambiente.
Tempo de fazer brincadeiras,
como comentar o apelido de Juninho -ele que deixou de ser
"paulista" ao virar titular. Ele é
chamado de "Chucky".
Juninho:
- Isso é coisa do Cafu. Tem
que perguntar para ele.
Cafu:
- Vocês querem me complicar. Depois ele vai ficar bravo
comigo.
Edilson:
- É porque ele é o mais feio
do grupo, por isso colocamos esse apelido nele.
Juninho:
- É tudo brincadeira.
É tudo festa e falta de assunto,
até agora, na cobertura da Copa
que é só da Globo.
Festa à qual todos querem
acesso, segundo o site Globo.
com, até os presidiários de uma
cadeia do Rio Grande do Norte.
Sem a Globo, haveria risco de
rebelião.
E Lula vai perturbando José
Serra.
O acordo com Orestes Quércia, se de um lado evidenciou a
aceitação da biografia do peemedebista, de outro tirou muito
do impacto do anúncio da vice
Rita Camata.
Atrapalhou até a festa da chapa Todos pelo Rio, que juntou a
velha base de PSDB, PFL e
PMDB, com direito a discurso
de Serra. Isso, por mais que se
ouvisse na Globo que:
- Não existe a menor possibilidade de um peemedebista ser o
vice de Lula. Ao contrário, as
negociações entre a ala do partido e o PT podem tornar mais fácil a aprovação da aliança com
os tucanos...
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