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PECADO CAPITAL
Para empresário, Lula pecou por não ter exercido cargo executivo
Dinheiro foge sozinho, diz Amato
XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL
A cadeira vazia reservada ao
empresário Mário Amato, como anunciava ontem uma placa
em cima da bancada da Fiesp, tinha muito significado, segundo
o próprio personagem ausente.
"Não vou ao debate em respeito ao Lula, para não constrangê-lo por coisa antiga", disse o ex-presidente da entidade à
Folha, antes da visita do candidato do PT. "Não faz mais sentido o que falei naquela época."
Em 1989, quando o ex-metalúrgico disputava a sua primeira
eleição à Presidência, Amato, no
comando da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo,
alardeou que 800 mil colegas
empresários deixariam o país
em caso de triunfo do petista.
"Agora não tem mais significado nada do que falei", disse,
rindo do passado. "Os donos de
empresas não precisam mais ir
embora, o dinheiro é que vai sozinho, pois não tem mais pátria", ironizou "a tal de globalização", como trata o cenário.
Amato vislumbra o efeito eleitoral na crise, mas acha irresponsável atacar Lula por esse
viés. O ex-presidente da Fiesp
ressalta que o petista evoluiu
muito, tem um discurso razoável na sua versão light, mas pecou por não ter exercido um
cargo executivo de 89 para cá.
"Poderia ter sido prefeito, governador, acumular alguma experiência nesse sentido", critica.
"É um grande brasileiro, de trajetória admirável, mas chegar à
Presidência, sem ter ocupado
outro posto, é complicado."
Amato vê em José Serra, candidato do PSDB, o mais preparado e merecedor do seu voto.
Ainda aposta na sua recuperação na disputa eleitoral. "É cedo,
muito cedo", despede-se.
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