São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 2002

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PECADO CAPITAL

Para empresário, Lula pecou por não ter exercido cargo executivo

Dinheiro foge sozinho, diz Amato

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

A cadeira vazia reservada ao empresário Mário Amato, como anunciava ontem uma placa em cima da bancada da Fiesp, tinha muito significado, segundo o próprio personagem ausente.
"Não vou ao debate em respeito ao Lula, para não constrangê-lo por coisa antiga", disse o ex-presidente da entidade à Folha, antes da visita do candidato do PT. "Não faz mais sentido o que falei naquela época."
Em 1989, quando o ex-metalúrgico disputava a sua primeira eleição à Presidência, Amato, no comando da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, alardeou que 800 mil colegas empresários deixariam o país em caso de triunfo do petista.
"Agora não tem mais significado nada do que falei", disse, rindo do passado. "Os donos de empresas não precisam mais ir embora, o dinheiro é que vai sozinho, pois não tem mais pátria", ironizou "a tal de globalização", como trata o cenário.
Amato vislumbra o efeito eleitoral na crise, mas acha irresponsável atacar Lula por esse viés. O ex-presidente da Fiesp ressalta que o petista evoluiu muito, tem um discurso razoável na sua versão light, mas pecou por não ter exercido um cargo executivo de 89 para cá.
"Poderia ter sido prefeito, governador, acumular alguma experiência nesse sentido", critica. "É um grande brasileiro, de trajetória admirável, mas chegar à Presidência, sem ter ocupado outro posto, é complicado."
Amato vê em José Serra, candidato do PSDB, o mais preparado e merecedor do seu voto. Ainda aposta na sua recuperação na disputa eleitoral. "É cedo, muito cedo", despede-se.


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