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São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

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CEUs pautam debate entre PT e PSDB na mídia

DA REPORTAGEM LOCAL

"Boa educação não se constrói com cimento, tijolo e prédios faraônicos. Boa educação se faz com bons professores, motivação, criatividade e respeito. Com investimento no ser humano." A abertura do artigo publicado pelo governador Geraldo Alckmin há uma semana na Folha pode ser lida como resposta à ofensiva de comunicação da prefeitura, que tem promovido os CEUs (Centros Educacionais Unificados) como carro-chefe da campanha reeleitoral de Marta Suplicy.
Os "escolões", que serão inaugurados em série até o pleito municipal de 2004, são tema tanto de peças publicitárias que estão atualmente no ar quanto de sucessivas aparições que a prefeita tem feito em programas populares de televisão e rádio, nos quais a função do entrevistador é fazer "escada" para que Marta elogie a sua administração.
Em uma espécie de prévia do próximo horário gratuito, a TV exibe no momento inserções comerciais de petistas e tucanos.
As primeiras destinam-se a fixar a "marca" CEU, ainda pouco conhecida, como parte do "maior programa educacional do país". As segundas procuram vender realizações do governo paulista, notadamente nas áreas de educação e moradias populares -estas apresentadas, na campanha de Alckmin em 2002, como o "maior programa habitacional do país".

Prédio vistoso
O artigo do governador indica que os tucanos tentarão carimbar no CEU o estigma de projeto mais ostentoso do que consistente. Em outro trecho, Alckmin destaca o programa estadual que concede bolsas universitárias a alunos carentes por ter sido feito "sem investimento em tijolo e cimento, sem fazer prédio vistoso".
A mensagem é clara, mas cautelosa. O governador busca estabelecer contraponto ao discurso do PT sem, no entanto, bater duro nos "escolões". Observações elogiosas colhidas em grupos de discussão indicam que seria arriscado criticar abertamente um projeto que, sejam quais forem suas limitações, tende a ser visto com simpatia pela população menos favorecida, parcela majoritária do eleitorado. (RLP e JAB)


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