São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 2005

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NA BERLINDA

Parlamentares criticam declarações à Folha

Severino não pode ficar, diz Bornhausen

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Antes do bate-boca no plenário causado pela entrevista do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), à Folha, as declarações já tinham sido alvo de críticas de parlamentares. Para o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), Severino está "impedido" de presidir a Câmara por ter defendido deputados que sacaram das contas do publicitário Marcos Valério de Souza.
"A declaração que ele deu sobre os saques feitos pelo [João Cláudio] Genu [assessor do deputado José Janene, do PP] demonstra que está impedido de presidir a Casa, está incapacitado, sem condições de ser presidente da Câmara."
O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman, disse que as declarações estão em "descompasso com a sociedade".
"Deixa a impressão de que ele quer dilatar os prazos. Ele não pode falar sobre penas porque não cabe ao presidente da Câmara defini-las."
Para o líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande, as declarações foram "precipitadas, desnecessárias e não ajudam a criar uma relação de confiança entre Congresso e sociedade".
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) fez críticas na tribuna. "O Severino quer fazer uma operação abafa, é uma vergonha." ACM ainda censurou a participação de Severino, como representante do Brasil, na Assembléia Geral da ONU, no início de setembro. "É uma temeridade, ele não tem condições para isso."
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou que não há condições para um acordão para preservar deputados. "Não há clima para um acordão, é impensável." Já o relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), rechaçou o uso da palavra "mensalão", mas diz haver demonstrações cabais de pagamentos repetidos.


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