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Aliados pensam
em estratégia
para a sucessão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os três maiores partidos da base aliada do presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB, PFL e
PMDB) reconhecem que o PT foi
o vitorioso nas eleições municipais e mostram preocupação em
se preparar melhor para a eleição
presidencial de 2002.
O secretário-geral do PSDB, deputado Márcio Fortes (RJ), declarou que o partido foi um dos responsáveis pela vitória da petista
Marta Suplicy em São Paulo.
""Nos creditamos grande parte
da vitória da Marta. O apoio do
PSDB a ela e, principalmente, da
pessoa do governador Mário Covas, foi fundamental para a vitória
expressiva de Marta. Somos co-participantes e co-responsáveis
pela vitória", afirmou o tucano.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
disse que o PT comprovou seu favoritismo no segundo turno e que
o governo e os partidos aliados
têm de ""ouvir o recado das urnas".
Segundo ele, o resultado dessas
eleições ""credencia o PT para fazer composições para 2002".
ACM afirmou, no entanto, que o
desempenho do PT será fundamental para a disputa de FHC e
lembrou que é difícil administrar
as cidades em que o partido venceu.
Estratégia
O presidente do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), afirmou
que FHC deve reunir os partidos
aliados para discutir estratégias
para a sua sucessão.
O pefelista criticou o apoio dado
pelo PSDB à candidatura da prefeita eleita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT).
""O PSDB deu fermento para o
PT, que será o adversário de amanhã", disse Bornhausen.
O pefelista negou que o PFL tenha sido o maior perdedor nas
eleições municipais. ""Perdemos
espaço, mas tivemos uma boa votação", afirmou, referindo-se às
derrotas em Recife e no Rio de Janeiro, principalmente.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Aécio Neves (MG), reagiu
às críticas, dizendo que o seu partido foi ético ao se aliar ao PT em
São Paulo.
""O PSDB não atuou de forma a
combater possíveis adversários
do futuro", disse Aécio.
Márcio Fortes disse que o partido deve tirar lições e aprender
com as urnas.
Segundo ele, o PT foi o partido
que conseguiu o maior percentual
de votos nas maiores cidades,
com mais de 300 mil habitantes,
porque entendeu melhor as preocupações do eleitorado com as
questões urbanas (segurança, habitação, transporte, lazer, emprego etc.).
Política urbana
De acordo com Fortes, o PSDB,
que ganhou o maior número de
votos nas cidades grandes com
população entre 60 mil e 300 mil
habitantes, não tem uma política
urbana clara e tem a obrigação
agora de buscá-la.
O presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), afirmou,
por meio de sua assessoria, que o
PT se incorporou aos três grandes
partidos do Brasil, que agora são
quatro.
O ministro Pedro Parente (Casa
Civil) disse ontem que "o governo
não se saiu tão mal assim" no balanço final das eleições municipais. Parente afirmou que "é inegável" o crescimento do PT, mas o
ministro minimizou o fato ao afirmar que uma boa administração é
o que importa.
"De um lado há sem dúvida e
inegável o crescimento da oposição, em especial do PT, mas a base
do governo também manteve
presença importante. Por todas as
razões, inclusive essa, o resultado
é uma homenagem à democracia", afirmou.
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