São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2000

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Aliados pensam em estratégia para a sucessão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os três maiores partidos da base aliada do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB, PFL e PMDB) reconhecem que o PT foi o vitorioso nas eleições municipais e mostram preocupação em se preparar melhor para a eleição presidencial de 2002.
O secretário-geral do PSDB, deputado Márcio Fortes (RJ), declarou que o partido foi um dos responsáveis pela vitória da petista Marta Suplicy em São Paulo.
""Nos creditamos grande parte da vitória da Marta. O apoio do PSDB a ela e, principalmente, da pessoa do governador Mário Covas, foi fundamental para a vitória expressiva de Marta. Somos co-participantes e co-responsáveis pela vitória", afirmou o tucano.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse que o PT comprovou seu favoritismo no segundo turno e que o governo e os partidos aliados têm de ""ouvir o recado das urnas".
Segundo ele, o resultado dessas eleições ""credencia o PT para fazer composições para 2002". ACM afirmou, no entanto, que o desempenho do PT será fundamental para a disputa de FHC e lembrou que é difícil administrar as cidades em que o partido venceu.

Estratégia
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afirmou que FHC deve reunir os partidos aliados para discutir estratégias para a sua sucessão.
O pefelista criticou o apoio dado pelo PSDB à candidatura da prefeita eleita de São Paulo, Marta Suplicy (PT).
""O PSDB deu fermento para o PT, que será o adversário de amanhã", disse Bornhausen.
O pefelista negou que o PFL tenha sido o maior perdedor nas eleições municipais. ""Perdemos espaço, mas tivemos uma boa votação", afirmou, referindo-se às derrotas em Recife e no Rio de Janeiro, principalmente.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Aécio Neves (MG), reagiu às críticas, dizendo que o seu partido foi ético ao se aliar ao PT em São Paulo.
""O PSDB não atuou de forma a combater possíveis adversários do futuro", disse Aécio.
Márcio Fortes disse que o partido deve tirar lições e aprender com as urnas.
Segundo ele, o PT foi o partido que conseguiu o maior percentual de votos nas maiores cidades, com mais de 300 mil habitantes, porque entendeu melhor as preocupações do eleitorado com as questões urbanas (segurança, habitação, transporte, lazer, emprego etc.).

Política urbana
De acordo com Fortes, o PSDB, que ganhou o maior número de votos nas cidades grandes com população entre 60 mil e 300 mil habitantes, não tem uma política urbana clara e tem a obrigação agora de buscá-la.
O presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), afirmou, por meio de sua assessoria, que o PT se incorporou aos três grandes partidos do Brasil, que agora são quatro.
O ministro Pedro Parente (Casa Civil) disse ontem que "o governo não se saiu tão mal assim" no balanço final das eleições municipais. Parente afirmou que "é inegável" o crescimento do PT, mas o ministro minimizou o fato ao afirmar que uma boa administração é o que importa.
"De um lado há sem dúvida e inegável o crescimento da oposição, em especial do PT, mas a base do governo também manteve presença importante. Por todas as razões, inclusive essa, o resultado é uma homenagem à democracia", afirmou.


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