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CÂMARA
Bloco contrário deve crescer
PSDB será oposição ao governo de Marta
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita eleita Marta Suplicy
(PT) ainda nem assumiu, mas a
oposição a seu governo já começa
a se articular e deve ampliar seu
poder. O PSDB, que elegeu uma
bancada de oito vereadores, vai se
posicionar contra Marta. E o PTB,
com uma bancada de três, poderá
ganhar o reforço de mais dois
parlamentares que sairiam de
partidos que, teoricamente,
apoiariam a petista na Câmara
-caso do PSB e PPS.
Na noite de domingo, logo depois de conhecer o resultado da
eleição, o governador Mário Covas (PSDB) defendeu que seu partido faça oposição ao PT "como
eles (os petistas) fazem na Assembléia ao governo do Estado". Covas afirmou que essa definição é
"um posicionamento político".
Ontem, o presidente do diretório municipal do PSDB, João Câmara, disse à Folha que a legenda
fará oposição "à dona Marta e ao
PT". Câmara criticou o tipo de
oposição realizada pelo PT na Assembléia Legislativa. "Às vezes,
eles são inconsequentes."
O presidente do diretório tucano também descartou qualquer
possibilidade de seu partido integrar o governo petista. "Isso é impossível." E aproveitou para fazer
cobranças. "Quero ver se a dona
Marta vai acabar com o desemprego e as pichações."
A predisposição de fazer oposição ao PT já vem sendo discutida
no PSDB com mais empenho pelo
menos há uma semana. Na terça-feira da semana passada, o governador reuniu a bancada eleita e os
atuais vereadores em um almoço
no Palácio dos Bandeirantes.
Além dos parlamentares paulistanos, estavam presentes apenas o
próprio governador e Sebastião
Farias, assessor direto de Covas.
Segundo um vereador que participou do encontro, e que não
quis se identificar, Covas disse
que não dava para somar com o
PT. Os motivos já eram conhecidos: o partido faz oposição a seu
governo e ao presidente Fernando Henrique Cardoso e, além disso, ao apoiarem o PT, os tucanos
poderiam ajudar o partido a se
fortalecer ainda mais para as eleições de 2002.
O PTB, que fará oposição a
Marta, também poderá ganhar
mais dois vereadores. A bancada
do partido no próximo ano terá
três membros, mas há uma articulação para que os vereadores
Antonio Lauro Campanha (PSB)
e Raul Cortez (PPS) deixem seus
partidos e se filiem ao PTB.
Os dois foram eleitos com apoio
da Força Sindical. O presidente da
Força, Paulo Pereira da Silva, é vice-presidente nacional do PTB
para assuntos sindicais. Os dois
vereadores, no entanto, negaram
que pretendam trocar de legenda.
O líder do PT na Câmara, José
Eduardo Martins Cardozo, afirmou que seu partido sabe que o
PSDB fará oposição, mas acredita
que é possível "ter um entendimento para a eleição da mesa diretora e em relação a projetos que
sejam de interesse da cidade".
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