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RIO DE JANEIRO
Roberto Freire, presidente do PPS, fez o convite ao prefeito eleito na capital
fluminense; Anthony Garotinho, que sofre processo de expulsão no PDT, deve trocar de partido
Maia é convidado a mudar de partido
ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO
Um dia depois de ser eleito para
a prefeitura, Cesar Maia (PTB) já
foi convidado a mudar para o
PPS. O autor do convite é o presidente nacional do partido, senador Roberto Freire.
Amanhã, os dois participam, no
Rio, de ato de apoio à candidatura
de Ciro Gomes à Presidência da
República.
"Ganhamos um quadro político, na verdadeira acepção", disse
ontem Freire, analisando a aliança feita com Maia na conquista da
prefeitura. "Ele não é militante do
PPS. Se quiser ser, aceito de muito
bom grado."
A vitória no Rio renova o ânimo
em torno da candidatura de Ciro
Gomes, após o fracasso do PPS na
disputa pela Prefeitura de Fortaleza -sua base eleitoral. A legenda,
que elegeu 166 prefeitos, nenhum
em capitais, comemorou a eleição
de Maia como se fosse uma conquista própria.
"O PPS pode contabilizar essa
grande vitória", afirmou Freire
sobre a eleição de Maia, dizendo
que espera que a aproximação
com seu partido se estenda a todos os membros do grupo em torno do prefeito eleito, entre eles o
deputado federal Eduardo Paes.
O deputado vai lançar amanhã
na capital fluminense uma organização não-governamental destinada a discutir problemas urbanos e temas relacionados aos direitos humanos, o Instituto de Estudos da Cidadania. O ato de
apoio a Ciro Gomes, que deve estar presente, acontece depois do
lançamento do instituto.
"Temos a certeza de que devemos iniciar imediatamente a
campanha de Ciro Gomes, com o
objetivo de mudar o grupo político que hoje controla o país", disse
Paes, que no ano passado trocou o
PFL pelo PTB, acompanhando a
mudança feita por Maia.
O prefeito eleito tem sua trajetória marcada pela constante mudança de legendas, tendo passado
por PDT, PMDB e PFL. Essa inconstância foi alvo de críticas de
seus adversários durante a campanha eleitoral.
A costura política do PPS no Rio
passa também por negociações
com o novo líder político da Baixada Fluminense, José Camilo Zito (PSDB), prefeito reeleito de
Duque de Caxias que já é apontado como candidato ao governo
em 2002.
O prefeito reeleito apoiou a candidatura de Maia e, mostrando a
força de seu prestígio político, elegeu sua mulher pelo PSDB como
prefeita de Magé, e também seu
irmão, Waldir Zito, este pelo PPS,
em Belford Roxo.
José Zito condiciona sua permanência no PSDB a investimentos
do governo federal na Baixada
Fluminense e, caso suas reivindicações não sejam atendidas, é outro que tem convite para o PPS.
A troca de partido é o caminho
que também deve ser seguido pelo governador Anthony Garotinho, que sofre processo de expulsão do PDT, movido pelos pedetistas ligados a Leonel Brizola.
O partido conseguiu reeleger o
prefeito de Niterói, Jorge Roberto
Silveira, em aliança com o PT, e
pretende reeditar a fórmula para a
disputa do governo do Estado.
Nessa hipótese, Silveira seria o
candidato.
A possibilidade dessa aliança
sofre a rejeição inicial dos petistas,
que pretendem ter candidatura
própria.
"Mas essa não é uma posição irreversível", analisa o deputado estadual Chico Alencar, justamente
um dos membros do PT mais críticos às alianças eleitorais com o
PDT.
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