São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2000

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RIO DE JANEIRO
Roberto Freire, presidente do PPS, fez o convite ao prefeito eleito na capital fluminense; Anthony Garotinho, que sofre processo de expulsão no PDT, deve trocar de partido
Maia é convidado a mudar de partido

ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO

Um dia depois de ser eleito para a prefeitura, Cesar Maia (PTB) já foi convidado a mudar para o PPS. O autor do convite é o presidente nacional do partido, senador Roberto Freire.
Amanhã, os dois participam, no Rio, de ato de apoio à candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República.
"Ganhamos um quadro político, na verdadeira acepção", disse ontem Freire, analisando a aliança feita com Maia na conquista da prefeitura. "Ele não é militante do PPS. Se quiser ser, aceito de muito bom grado."
A vitória no Rio renova o ânimo em torno da candidatura de Ciro Gomes, após o fracasso do PPS na disputa pela Prefeitura de Fortaleza -sua base eleitoral. A legenda, que elegeu 166 prefeitos, nenhum em capitais, comemorou a eleição de Maia como se fosse uma conquista própria.
"O PPS pode contabilizar essa grande vitória", afirmou Freire sobre a eleição de Maia, dizendo que espera que a aproximação com seu partido se estenda a todos os membros do grupo em torno do prefeito eleito, entre eles o deputado federal Eduardo Paes.
O deputado vai lançar amanhã na capital fluminense uma organização não-governamental destinada a discutir problemas urbanos e temas relacionados aos direitos humanos, o Instituto de Estudos da Cidadania. O ato de apoio a Ciro Gomes, que deve estar presente, acontece depois do lançamento do instituto.
"Temos a certeza de que devemos iniciar imediatamente a campanha de Ciro Gomes, com o objetivo de mudar o grupo político que hoje controla o país", disse Paes, que no ano passado trocou o PFL pelo PTB, acompanhando a mudança feita por Maia.
O prefeito eleito tem sua trajetória marcada pela constante mudança de legendas, tendo passado por PDT, PMDB e PFL. Essa inconstância foi alvo de críticas de seus adversários durante a campanha eleitoral.
A costura política do PPS no Rio passa também por negociações com o novo líder político da Baixada Fluminense, José Camilo Zito (PSDB), prefeito reeleito de Duque de Caxias que já é apontado como candidato ao governo em 2002.
O prefeito reeleito apoiou a candidatura de Maia e, mostrando a força de seu prestígio político, elegeu sua mulher pelo PSDB como prefeita de Magé, e também seu irmão, Waldir Zito, este pelo PPS, em Belford Roxo.
José Zito condiciona sua permanência no PSDB a investimentos do governo federal na Baixada Fluminense e, caso suas reivindicações não sejam atendidas, é outro que tem convite para o PPS.
A troca de partido é o caminho que também deve ser seguido pelo governador Anthony Garotinho, que sofre processo de expulsão do PDT, movido pelos pedetistas ligados a Leonel Brizola.
O partido conseguiu reeleger o prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, em aliança com o PT, e pretende reeditar a fórmula para a disputa do governo do Estado. Nessa hipótese, Silveira seria o candidato.
A possibilidade dessa aliança sofre a rejeição inicial dos petistas, que pretendem ter candidatura própria.
"Mas essa não é uma posição irreversível", analisa o deputado estadual Chico Alencar, justamente um dos membros do PT mais críticos às alianças eleitorais com o PDT.


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