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Lula deve indicar mulher ao tribunal
VALDO CRUZ
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva pode indicar a segunda mulher para o Supremo Tribunal Federal, e o nome mais cotado hoje é
o da professora de direito tributário da Universidade Federal de
Minas Gerais e atual procuradora-geral de Belo Horizonte, Misabel de Abreu Machado Derzi.
Lula se prepara para escolher
dois novos ministros do STF no
primeiro trimestre de 2006, além
dos quatro que já designou. Eles
irão suceder Carlos Velloso, que
sairá por causa de aposentadoria
compulsória por idade (70 anos),
e Nelson Jobim, que vai abandonar o STF para retornar à política.
Com isso, o presidente terá a
chance de escolher seis dos 11
membros do STF em quatro anos
de mandato. Há ainda a possibilidade da sétima indicação: o ministro Sepúlveda Pertence poderá
antecipar para 2006 a sua aposentadoria, prevista para novembro
de 2007 pelo critério de idade.
Em oito anos, o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso só
nomeou três, um dos quais Jobim, hoje presidente do STF.
A indicação da segunda mulher
pode ocorrer no ano em que a primeira, Ellen Gracie Northfleet, se
tornará presidente do tribunal.
Ela foi designada por FHC. Em
2003, Lula nomeou o primeiro negro: Joaquim Barbosa.
Há duas semanas, o ministro da
Justiça, Márcio Thomaz Bastos,
entregou a Lula uma lista com 11
nomes, dois deles de mulheres.
Ambas são mineiras e foram procuradoras-gerais do Estado: Misabel Derzi e Carmen Lúcia Antunes Rocha. Outras duas mulheres
estão no páreo: a juíza federal Salete Maccaloz e a juíza de direito
aposentada Maria Lúcia Karan,
ambas do Rio de Janeiro.
Misabel Derzi tem o apoio político do prefeito de Belo Horizonte, o petista Fernando Pimentel.
Também pesa a favor dela o fato
de, a exemplo de Carlos Velloso,
ser mineira e tributarista, preenchendo a vaga com mesmo perfil.
A primeira indicação será logo
após 19 de janeiro, quando Velloso se aposenta. O Senado irá sabatinar o indicado e decidir se aprova ou não. A tradição é referendar. O governo acredita que a escolha de uma mulher seria bem
recebida pela opinião pública.
Para a outra vaga, há pressões
no PT para a escolha de um nome
mais político: o ex-ministro Tarso
Genro já deixou claro a Lula que
gostaria de ser membro do STF.
Outro nome aventado, visto com
simpatia pelo presidente, é o do
advogado criminalista Nilo Batista, que foi vice de Leonel Brizola
no governo do Rio (1991-1994).
Mas ele não estaria interessado na
vaga, pelo menos por enquanto.
Os quatro ministros designados
por Lula até agora são: Cezar Peluso, Joaquim Barbosa, Carlos
Ayres Britto e Eros Grau. A indicação de membros do STF não é
garantia de julgamentos favoráveis. Prova disso são derrotas sofridas pelo governo neste ano, como a derrubada da intervenção
federal em hospitais do Rio, o julgamento que obrigou o Senado a
instalar a CPI dos Bingos e a rejeição do pedido do ex-deputado José Dirceu (PT-SP) de suspensão
de seu processo de cassação.
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