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ADMINISTRAÇÃO
Prefeito de Campinas reduz Orçamento de 2000 em até 11% em relação a 99
Chico corta verbas sociais e servidor ameaça 4ª greve de 99
free-lance para a Folha Campinas
da Folha Campinas
Servidores públicos municipais
de Campinas decidiram ontem
entrar em greve por tempo indeterminado no mesmo dia em que
o prefeito Francisco Amaral
(PPB) divulgou cortes de até
23,5% nas verbas para as secretarias da Assistência Social, Habitação e Obras em 2000.
A greve, que será a quarta deste
ano, estava prevista para começar
à 0h de hoje e atingir os serviços
essenciais, inclusive saúde e educação.
No geral, o Orçamento teve
uma redução que varia entre 8% e
11% em relação ao deste ano, se
considera a variação inflacionária. As despesas previstas para o
município caíram de R$
685.112.300 para R$ 676.838.560,
em números absolutos.
Se a variação da inflação fosse
aplicada, o Orçamento de 2000 ficaria entre R$ 740 milhões e R$
760 milhões.
Em compensação, o prefeito
priorizou as Secretarias dos
Transportes e a da Cooperação
nos Assuntos de Segurança Pública, responsável pela Guarda
Municipal.
O orçamento desta última Pasta
aumentou 99,9%, saltando de R$
5.706.410 neste ano para R$
11.408.410 no próximo ano. Já a
dotação da Pasta dos Transportes
cresceu de R$ 7.203.320 para R$
10.564.000.
Greve
A decisão de entrar em greve tomada ontem pelos servidores foi
feita em uma assembléia que reuniu aproximadamente 500 servidores.
A greve foi decretada porque a
prefeitura não pagou os salários
de pelo menos 9.000 servidores da
ativa e de 4.000 inativos.
Os salários deveriam ter sido
pagos ontem, mas foram escalonados.
Também não foi paga a parcela
da prefeitura no convênio médico
com a Unimed de 9.000 dos 15 mil
servidores que possuem o plano
de saúde. Só os servidores da ativa
que ganham até R$ 675 líquidos
receberam ontem.
A prefeitura não paga regularmente os salários há cinco meses e
registra um déficit mensal de R$
11,7 milhões por mês.
Neste mês a prefeitura vai pagar
os salários dos aposentados e
pensionistas que ganham até R$
1.400 apenas no dia 6. No próximo dia 8, os servidores da ativa
que ganham acima de R$ 675 vão
receber R$ 500. No dia 15 será pago o restante dos salários.
O corte no subsídio ao plano de
saúde desrespeita a determinação
do juiz da 10ª Vara Cível de Campinas, Ricardo Fiore.
A determinação proibiu o desconto integral do convênio médico privado dos servidores e obrigou a prefeitura a manter o subsídio.
A expectativa do sindicato dos
servidores é de que a adesão hoje
seja de 50%.
Os alunos das escolas municipais podem não ter aulas hoje segundo a previsão dos servidores.
O sindicato prometeu que serão
mantidos apenas 30% dos atendimentos de urgência e emergência
do Hospital Municipal Mário
Gatti e nos prontos-socorros do
Hospital Ouro Verde e dos centros de saúde padre Anchieta e
São José, conforme determina a
lei.
Os servidores ainda prometem
parar o Paço Municipal a partir
das 8h de hoje. Às 16h será realizada outra assembléia.
O prefeito de Campinas foi procurado ontem por meio de sua assessoria de imprensa, mas não foi
localizado. Chico deve falar hoje,
às 10h.
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