Campinas, Sexta-feira, 01 de Outubro de 1999

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ADMINISTRAÇÃO
Prefeito de Campinas reduz Orçamento de 2000 em até 11% em relação a 99
Chico corta verbas sociais e servidor ameaça 4ª greve de 99

free-lance para a Folha Campinas

da Folha Campinas

Servidores públicos municipais de Campinas decidiram ontem entrar em greve por tempo indeterminado no mesmo dia em que o prefeito Francisco Amaral (PPB) divulgou cortes de até 23,5% nas verbas para as secretarias da Assistência Social, Habitação e Obras em 2000.
A greve, que será a quarta deste ano, estava prevista para começar à 0h de hoje e atingir os serviços essenciais, inclusive saúde e educação.
No geral, o Orçamento teve uma redução que varia entre 8% e 11% em relação ao deste ano, se considera a variação inflacionária. As despesas previstas para o município caíram de R$ 685.112.300 para R$ 676.838.560, em números absolutos.
Se a variação da inflação fosse aplicada, o Orçamento de 2000 ficaria entre R$ 740 milhões e R$ 760 milhões.
Em compensação, o prefeito priorizou as Secretarias dos Transportes e a da Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, responsável pela Guarda Municipal.
O orçamento desta última Pasta aumentou 99,9%, saltando de R$ 5.706.410 neste ano para R$ 11.408.410 no próximo ano. Já a dotação da Pasta dos Transportes cresceu de R$ 7.203.320 para R$ 10.564.000.

Greve
A decisão de entrar em greve tomada ontem pelos servidores foi feita em uma assembléia que reuniu aproximadamente 500 servidores.
A greve foi decretada porque a prefeitura não pagou os salários de pelo menos 9.000 servidores da ativa e de 4.000 inativos.
Os salários deveriam ter sido pagos ontem, mas foram escalonados.
Também não foi paga a parcela da prefeitura no convênio médico com a Unimed de 9.000 dos 15 mil servidores que possuem o plano de saúde. Só os servidores da ativa que ganham até R$ 675 líquidos receberam ontem.
A prefeitura não paga regularmente os salários há cinco meses e registra um déficit mensal de R$ 11,7 milhões por mês.
Neste mês a prefeitura vai pagar os salários dos aposentados e pensionistas que ganham até R$ 1.400 apenas no dia 6. No próximo dia 8, os servidores da ativa que ganham acima de R$ 675 vão receber R$ 500. No dia 15 será pago o restante dos salários.
O corte no subsídio ao plano de saúde desrespeita a determinação do juiz da 10ª Vara Cível de Campinas, Ricardo Fiore.
A determinação proibiu o desconto integral do convênio médico privado dos servidores e obrigou a prefeitura a manter o subsídio.
A expectativa do sindicato dos servidores é de que a adesão hoje seja de 50%.
Os alunos das escolas municipais podem não ter aulas hoje segundo a previsão dos servidores.
O sindicato prometeu que serão mantidos apenas 30% dos atendimentos de urgência e emergência do Hospital Municipal Mário Gatti e nos prontos-socorros do Hospital Ouro Verde e dos centros de saúde padre Anchieta e São José, conforme determina a lei.
Os servidores ainda prometem parar o Paço Municipal a partir das 8h de hoje. Às 16h será realizada outra assembléia.
O prefeito de Campinas foi procurado ontem por meio de sua assessoria de imprensa, mas não foi localizado. Chico deve falar hoje, às 10h.


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